04 março, 2018

Angelus: viver a Quaresma sem idolatrias, sem fazer da alma um comércio

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 Papa reza o Angelus dominical  (Vatican Media)

Na oração mariana deste domingo, o Papa Francisco repetiu as palavras de Jesus no templo: Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio! 

Cidade do Vaticano - 

"Não fazer da nossa alma e da casa de Deus um comércio": foi a advertência que o Papa Francisco fez antes de rezar com os fiéis e peregrinos na Praça S. Pedro a oração mariana do Angelus (04/03). 

Neste III domingo da Quaresma, o Pontífice comentou o episódio do Evangelho de João em que Jesus expulsa os mercantes do templo de Jerusalém. Um gesto feito com firmeza, com a ajuda de um chicote de cordas para derrubar as mesas. Nesta atitude aparentemente violenta, Jesus diz: « Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!

Abusos e excessos
A ação de Cristo foi interpretada como típica dos profetas, explicou o Papa, os quais com frequência denunciavam, em nome de Deus, abusos e excessos. A questão que se colocou foi a da autoridade. De facto, os judeus perguntaram-Lle: «Que sinal nos mostras para agir assim?».

Os seus discípulos, por sua vez, serviram-se de um texto bíblico extraído do Salmo 69 para interpretar esta atitude: «O zelo pela tua casa me consumirá». "O zelo pelo Pai e pela sua casa levará Jesus até à cruz: o seu é o zelo do amor que leva ao seu sacrifício, não aquele falso que pensa servir Deus mediante a violência", disse Francisco.

De facto, o “sinal” que Jesus dará como prova da sua autoridade será justamente a sua morte e ressurreição: «Destruí este templo – diz – e em três dias o levantarei». Com a Páscoa de Jesus, acrescentou o Papa, "tem início um novo culto, o culto do amor, e um novo templo que é Ele próprio".

Para Francisco, a atitude de Jesus exorta-nos a viver a nossa vida não em busca de vantagens e interesses, mas pela glória de Deus .
“ Somos chamados a ter sempre presentes aquelas palavras fortes de Jesus «Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!» É muito feio quando a Igreja escorrega nesta atitude de fazer da casa de Deus um mercado. Estas palavras ajudam-nos a refutar o perigo de fazer da nossa alma, que é morada de Deus, um lugar de comércio, vivendo na busca contínua da nossa recompensa.”
O Pontífice recorda que este ensinamento de Jesus é sempre atual, não somente para as comunidades eclesiais, mas também para os indivíduos, para as comunidades civis e para toda a sociedade. 

o instrumentalizar Deus
De facto, disse ainda o Papa, é comum a tentação de aproveitar as atividades benéficas, às vezes obrigatórias, para cultivar interesses privados, quando não até mesmo ilícitos "É um grave perigo, especialmente quando instrumentaliza o próprio Deus e o culto a Ele devido ou o serviço ao homem", afirmou Francisco, que concluiu:

"Que a Virgem Maria nos ampare no esforço de fazer da Quaresma uma boa ocasião para reconhecer Deus como único Senhor da nossa vida, tirando do nosso coração e das nossas obras toda a forma de idolatria."

Ouça a reportagem com as palavras do Papa Francisco

 VATICAN NEWS

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