17 março, 2017

Dom Auza na ONU: Estados devem combater com força, tráfico de armas




(RV) “Um desafio imenso que requer uma resposta proporcionada.” Foi o que disse o Observador Permanente da Santa Sé na ONU, Dom Bernardito Auza, na quarta-feira (15/03/17), no debate aberto realizado no Conselho de Segurança das Nações Unidas, em Nova Iorque.

“Que os Estados não contribuam para o tráfico de armas, mas o combatam com força, pois favorece os conflitos e consequentemente a praga do tráfico de pessoas”, disse ainda o arcebispo filipino.

Dom Auza condenou a facilidade com a qual as armas, até mesmo de destruição em massa, chegam às mãos dos terroristas, alimentando e prolongando conflitos violentos que expõem as pessoas aos traficantes. O prelado pediu para intensificar o recurso a tratados e leis relativas ao combate à venda de armas. “Que o Conselho de Segurança da ONU adote um papel decisivo na luta contra a praga do tráfico de pessoas, prevenindo e colocando fim aos conflitos armados e favorecendo a consolidação da paz e do desenvolvimento”, disse ele.

O arcebispo recordou “as comunidades cristãs, as minorias étnicas e religiosas, e os yazidis que na área da antiga Mesopotâmia foram reduzidos à escravidão, vendidos, mortos e submetidos a toda forma de humilhação”.

“A falta aparente de esforços sérios para incriminar os autores de tais actos de genocídio, violações dos direitos humanos e do direito internacional, causa perplexidade, e perguntamos, quantas outras atrocidades deverão ser ainda toleradas antes que as vítimas possam obter socorro, protecção e justiça.”

O prelado evidenciou a ligação entre tráfico de pessoas, pobreza extrema, subdesenvolvimento, exclusão social e falta de acesso à educação e ao mundo do trabalho.

“Os traficantes de pessoas, os terroristas, os grupos armados e as redes internacionais de crime organizado encontram um terreno fértil nas pessoas vulneráveis, que fogem de problemas económicos, guerras ou desastres naturais. Essa vulnerabilidade é piorada com a criminalização dos imigrantes sem documento e irregulares.” (BS/MJ)

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