09 dezembro, 2016

Pregação Advento: o Espírito Santo e o discernimento


 

(RV) Na manhã desta sexta-feira dia 9 de dezembro o Papa participou na Capela Redemptoris Mater, no Vaticano, na segunda pregação do Advento proposta pelo Pregador da Casa Pontifícia o padre capuchinho Raniero Cantalamessa. O tema geral é: “Bebamos, sóbrios, a embriaguez do Espírito Santo”.

Nesta segunda pregação o tema foi: “O Espírito Santo e o carisma do discernimento”. O padre Raniero considerou que este termo tem um significado muito específico: indica o dom que permite distinguir, entre as palavras inspiradas ou proféticas, pronunciadas durante uma assembleia, as que vêm do Espírito de Cristo das que vêm de outros espíritos, ou seja, do espírito do homem, do espírito demoníaco ou do espírito do mundo.

Desta forma, Cantalamessa aprofundou esta temática, dividindo-a em três partes: “O discernimento na vida eclesial, o discernimento na vida pessoal e deixar-se guiar pelo Espírito Santo”.

Devemos ter confiança na capacidade do Espírito – disse o pregador – recordando que “todas as vezes que os pastores das Igrejas cristãs se reúnem, a nível local ou universal, para fazer discernimento ou tomar decisões importantes, deveriam ter no coração a confiante certeza da presença do Espírito Santo”.

No “discernimento na vida pessoal” o Espírito Santo ajuda a avaliar as situações e a orientar as escolhas, não apenas com base nos critérios de sabedoria e prudência humanas, mas também à luz dos princípios sobrenaturais da fé.

O perigo de algumas formas modernas de entender e praticar o discernimento é enfatizar os aspetos psicológicos – disse o padre capuchinho – esquecendo que o agente principal de todo o discernimento é o Espírito Santo. O discernimento não é uma arte ou uma técnica, mas um carisma, um dom do Espírito!

Para além da escuta da Palavra, a prática mais comum para exercer o discernimento a nível pessoal é o exame de consciência, que não deveria ser limitado somente à preparação da confissão, mas tornar-se uma capacidade constante de colocar-se sob a luz de Deus.

Finalmente, um terceiro aspeto: “deixar-se guiar pelo Espírito Santo” que deve ser uma decisão renovada de confiarmos na orientação interior do Espírito Santo, como por uma espécie de "direção espiritual". O próprio Jesus nunca fez nada sem o Espírito Santo: ao regressar do deserto, mediante o poder do Espírito Santo, começou a sua pregação, escolheu os seus apóstolos e ofereceu-se ao Pai.

As pregações decorrem nas quatro sextas-feiras do Advento e percorrem os próximos dias 16 e 23 de dezembro. Participam nas pregações cardeais, arcebispos, bispos, secretários das congregações, prelados da Cúria Romana e do Vicariato de Roma e também os superiores gerais e procuradores das Ordens Religiosas, que fazem parte da Capela Pontifícia.

(RS/MT)

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