18 fevereiro, 2016

Pregações da Quaresma no espírito do Concílio




(RV) Cidade do Vaticano (RV) – “O Concílio Vaticano II, cinquenta anos depois. Uma revisitação do ponto de vista espiritual”, é o tema das pregações da Quaresma 2016 para a Cúria Romana, a cargo do frei capuchinho Raniero Cantalamessa. O primeiro encontro será esta sexta-feira, 19, na Capela Redemptoris Mater, na presença do Papa Francisco.

Concílio Vaticano II, 50 anos depois

O pregador da Casa Pontifícia explicou ao L’Osservatore Romano que o 50º aniversário de conclusão do Concílio Vaticano II “é também a circunstância que inspirou no Papa Francisco a ideia do Ano Jubilar da Misericórdia”. Já no período de Advento, o Pregador da Casa Pontifícia havia dedicado as meditações da sua pregação no Vaticano à Constituição Conciliar Lumen gentium (compiladas no livro “Dois pulmões, um único respiro. Oriente e Ocidente diante dos grandes mistérios da fé”, editado pela LEV). Para esta Quaresma foi proposto seguir nesta mesma linha, “colhendo – esclarece – alguns aspectos mais espirituais dos outros documentos conciliares”, com o objetivo também “de revisitar o Concílio à luz de seus frutos às vezes “inesperados”, como os definiu Bento XVI na sua última carta para a Quinta-feira Santa”.

Papa e Kirill

Nas pregações, encontrarão espaço também alguns temas de atualidade, como o recente encontro em Cuba entre o Papa Francisco e o Patriarca Kirill. Um acontecimento que será inserido “no contexto dos frutos do decretos sobre o ecumenismo”. O motivo - como explica o religiosos - é que “dediquei toda a pregação da Quaresma passada às relações entre a Igreja Católica e a ortodoxia”.

500 anos da Reforma

Em vista dos 500 anos da Reforma protestante, celebrado em 2017, o capuchinho dedicará uma meditação precisamente sobre o problema da unidade dos cristãos, comentando a Unitatis redintegratio. Uma tentativa de falar sobre o diálogo com outro grande interlocutor da Igreja Católica no compromisso ecumênico, ou seja, a comunidade da Reforma. Não faltará uma referência ao Documento conciliar Sacrosanctum concilium, sem entrar, no entanto, nos problemas advindos das reformas litúrgicas.

A Liturgia do Espírito

Padre Raniero Cantalamessa, fiel à linha das meditações, se ocupará daquilo que, na linha de Romano Guardini, “Joseph Ratzinger em seu livro chama “o espírito da liturgia””. Neste campo – observa o capuchinho – “a Constituição apresenta uma lacuna que será preenchida à luz dos desdobramentos que teve a teologia nos últimos anos, que diz respeito ao papel do Espírito Santo na Liturgia. Mais que do “espírito da liturgia”, falarei da “liturgia do Espírito”, isto é, do Espírito Santo como alma da liturgia.

Matrimônio e família

De fato, cada Constituição conciliar encontrará motivos de reflexão. O pregador se ocupará de cada documento, concentrando-se porém, sobre um aspecto particular, e evitando assim considerações genéricas. Em particular, inspirado na Gaudium et Spes, o Frei Cantalamessa que propor uma reflexão “sobre o matrimônio e família, à luz das grandes mudanças em andamento neste delicado campo da sociedade atual”. Não tratará, pelo contrário, de problemas pastorais específicos, sobre os quais, “depois dos dois Sínodos dos Bispos, somente o Papa tem o direito de acrescentar a sua palavra”. Um comentário será reservado, por outro lado, ao Ano Extraordinário da Misericórdia, que encontrará expressão em particular, na pregação da Sexta-feira Santa, enquanto “momento mais propício”, dado que a Igreja “celebra naquele dia o ápice da misericórdia de deus na história da salvação”. (JE/Osservatore Romano)

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