10 outubro, 2015

Cardeal Tagle: do Sínodo não esperar mudança de doutrina




(RV) O Director da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, abriu a conferência de imprensa desta sexta-feira (09/10), que contou com a participação do Arcebispo de Manila, Filipinas, Cardeal Luis Antonio Tagle, do Presidente da Conferência Episcopal dos Estados Unidos, Dom Joseph Edward Kurtz, e do Arcebispo de Madrid, Espanha, Dom Carlos Osoro Sierra.

Antes de passar a palavra aos três participantes do Sínodo sobre a Família, o jesuíta recordou que cada padre sinodal é livre de tornar público o conteúdo do seu pronunciamento, mas não pode revelar os pronunciamentos ou sínteses de discursos de outros participantes do Sínodo.

A propósito da comissão para a elaboração do Relatório final, nomeada pelo Papa e não pela assembleia, Pe. Lombardi disse que no ano passado o Santo Padre nomeou uma comissão análoga da qual muitos membros são os mesmos este ano, com a finalidade de ajudar o relator, o secretário especial e o secretário-geral na integração de várias contribuições.

“Deveis pensar que as contribuições são centenas. O trabalho de integrá-las coerentemente num Relatório final é muito complexo”, disse o Director da Sala de Imprensa da Santa Sé.

Por isso, o Papa nomeou no ano passado seis pessoas, além das três já automaticamente presentes: o relator, o secretário especial e o secretário-geral. No ano passado, eram nove pessoas. Este ano, são dez, mas a ideia é mais ou menos a mesma. Isso em relação à comissão”, disse Pe. Lombardi.

Sobre quando os padres sinodais podem fazer suas observações para o Relatório final, o jesuíta disse que ainda tem tempo e os padres sinodais podem e são convidados, se desejam, a fazer suas observações no esboço final. Isso será feito na última semana do Sínodo.

Depois, tomou a palavra o Arcebispo de Manila, Cardeal Luis Antonio Tagle. Ele disse que do Sínodo não se deve esperar uma mudança da doutrina. “A perspectiva da assembleia sinodal é a de ver, partindo da doutrina, como se pode curar e apoiar a família, sobretudo se dilacerada por sofrimentos e guerras. Não é dado por certo que ao término do sínodo será publicado um documento final. No centro dos trabalhos sinodais não estão somente os desafios e as dificuldades encontradas pelas famílias”, disse o cardeal filipino que acrescentou:

 “Todos os grupos disseram: celebremos também a beleza da família, o compromisso de muita gente para preservar as famílias.”

O presidente da Conferência Episcopal dos Estados Unidos, Dom Joseph Edward Kurtz, sublinhou que, não obstante os contextos e experiências diferentes, as famílias estão unidas por traços distintos, sobretudo se o seu percurso é iluminado pela fé e pelo Evangelho:

 “Tive o privilégio, hoje, de ser o primeiro relator e portanto, depois de ter falado, pude também ouvir para verificar se existem elementos em comum: alguns elementos em comum existem. Concordo com o Cardeal Tagle quando disse que os desafios que dizem respeito às famílias, dos quais falamos no ano passado, não diminuem”.

Por sua vez, o Arcebispo de Madrid, Dom Carlos Osoro Sierra, frisou que “a ideologia do género está a chegar em todo o lado: se organizam certas leis, se organiza a economia...”. “Uma das intenções do Sínodo”, disse ele, “é mostrar, da melhor maneira, a beleza da família”:
“Acredito que o que está sendo feito, e a maneira de fazê-lo, tão boa, seja uma escola de belas artes. Está sendo buscada a melhor pintura, os melhores pincéis para mostrar o rosto daquela que é a estrutura original da vida: a família”. (BS/MJ)

Sem comentários:

Enviar um comentário