26 maio, 2015

Papa Francisco em entrevista ao jornal “La Voz del Pueblo”

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(RV) O Papa Francisco concedeu uma entrevista ao jornal argentino: “La Voz del Pueblo” publicada nesta segunda-feira dia 25 de maio. Foi na Casa Santa Marta que o Santo Padre recebeu o jornalista Juan Berretta e foram vários os assuntos tratados nesta entrevista.


O Papa começou por dizer nesta entrevista que precisa das orações de todos e é por isso que diz sempre “rezem por mim”: “Preciso que a oração do povo me ajude. É uma necessidade interior” – afirmou o Papa.

Jorge Mario Bergoglio reiterou que jamais pensou em ser eleito para a Cátedra de Pedro e, brincando, lembrou que no último Conclave o seu nome estava em 46º lugar nas apostas dos bookmakers ingleses.

O Santo Padre confessou que em relação aos anos passados na Argentina sente falta de caminhar pela rua e ir comer uma pizza. O Papa Francisco confessou que lhe faz bem “estar com as pessoas”: “Estar com as pessoas faz-me bem e eu, psicologicamente, não posso viver sem elas.”

Nesta entrevista o Papa abordou temas pessoais como as suas horas de sono que, normalmente, são poucas: cerca de seis horas. Deita-se às 21horas e acorda pelas 4 da manhã. Também procura repousar a seguir ao almoço fazendo uma breve “sesta”. Das suas leituras disse estar a ler “S. Silvano do Monte Atos, um grande mestre espiritual” e confidenciou não ver televisão há 25 anos: "É um voto que fiz a Nossa Senhora do Carmo a 15 de julho de 1990."

Quanto a atentados o Papa Francisco afirmou perentoriamente “não sentir medo” por que está “nas mãos de Deus”, mas confessou emocionar-se perante as situações de injustiça, muito embora não goste de chorar em público.

No governo da Igreja o Santo Padre disse a Juan Berreta que existem pressões, em particular, temporais, tendo referido que é uma espécie de “síndrome do final de ano escolar, que acaba em junho”.

O jornalista Juan Berreta, questionou o Papa Francisco sobre a definição de “Papa dos pobres”. Ele respondeu: “A pobreza está no centro do Evangelho. Jesus veio para pregar aos pobres; se tirarem a pobreza do Evangelho não se entende nada”. E identificou os piores males do mundo de hoje: “a pobreza, a corrupção, o tráfico de pessoas”.

A este propósito o Santo Padre, citando dados estatísticos, questionou as prioridades de uma sociedade que a seguir às necessidades de alimentação, roupa e medicamentos coloca os cosméticos e outros bens supérfluos.

Por fim, à pergunta sobre como gostaria de ser lembrado, o Papa Francisco respondeu com simplicidade: “Como uma pessoa que se empenhou em fazer o bem, não tenho outra pretensão”. (RS)

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