09 março, 2015

Preceitos não fazem o cristão: o Papa na Paróquia Tor bela Monaca



(RV) "Preceitos e proibições por si só não farão de ti um bom cristão. Cristão é o amor de Jesus – uma das respostas do Papa Francisco às perguntas de alguns jovens – perto de mil - que o acolheram na Paróquia romana de Santa Maria Mãe do Redentor, no Bairro periférico de Tor Bella Monaca. No encontro com o Conselho Pastoral, o Papa Francisco falou do drama da "bondade gravemente abalada pela injustiça e a discriminação" .E centrou-se nas dificuldades de emprego neste bairro romano dizendo: a gente de Tor Bella Monaca tem o mesmo defeito que tinham Jesus, José e Maria, o defeito de serem pobres. Pouco antes, o Papa tinha parado a uma pequena distância do Centro Caritas no qual trabalham as Irmãs Missionárias da Caridade, onde encontrou cerca de 80 deficientes e doentes, representando os assistidos no Centro Caritas e cinco famílias necessitadas, italianas e estrangeiras.

Na sua homilia o Santo Padre partiu do Evangelho do dia no qual Jesus expulsa os vendedores do Templo afirmando que o mesmo apresenta duas coisas que chamam a atenção: uma imagem e uma palavra.

A imagem – disse – é a de Jesus com o chicote na mão, expulsando todos aqueles que se aproveitavam do Templo para fazer negócios. Negociantes que vendiam animais para os sacrifícios, trocavam moedas… havia o sacro – o templo, sacro – e, essa sujeira, lá fora. Essa é a imagem. E Jesus pega o chicote para limpar um pouco o Templo.

Nós não podemos enganar Jesus, continuou o Papa. “Ele nos conhece por dentro”. Essa pode ser uma boa pergunta à metade da Quaresma: Jesus confia em mim? Jesus, confia em mim ou tenho duas caras? Faço o católico, próximo à Igreja, e depois vivo como um pagão?

Jesus – disse ainda o Papa – conhece tudo o que tem dentro do nosso coração: nós não podemos enganar Jesus. Não podemos diante d’Ele, fazer de conta que somos santos, e fechar os olhos, fazer assim, e depois levar uma vida que não seja a que Ele deseja. Todos nós sabemos o nome que Jesus dava a pessoas de duas caras: hipócrita.

“Irá nos fazer bem, hoje, entrar no nosso coração e olhar para Jesus. Dizer-lhe: ‘Mas, Senhor, olha, há coisas boas, mas também há coisas más. Jesus, Tu confias em mim? Sou pecador…’.

Isso não assusta Jesus: se tu dizes a Ele, ‘sou um pecador’, Ele não se assusta. O que o distancia – continuou o Papa -, é ter duas caras. Fazer o justo para cobrir o pecado escondido; “eu vou à igreja todos os domingos”. Mas se o teu coração não é justo, se não fazes justiça, se não vives segundo o espírito das Bem-aventuranças, tu não és católico, és hipócrita”.

Além disso, “quando entramos no nosso coração – disse ainda o Papa Francisco – nós encontramos coisas que não são boas, como Jesus encontrou no Templo aquela sujeira do comércio, dos vendedores. “Também dentro de nós há sujeiras. Há pecados de soberba, de orgulho, de avareza, de inveja, de ciúmes, tantos pecados. Mesmo assim podemos continuar o diálogo com Jesus. Jesus, Tu confias em mim?” Eu quero que confies em mim. “Abro-te a porta e limpe a minha alma”.

“E pedir ao Senhor – acrescentou – que como foi limpar o Templo, venha limpar a minha alma. Imaginamos que ele foi com o chicote, mas com o chicote não se limpa a alma. Vós sabeis qual é o chicote de Jesus para limpar a nossa alma? A misericórdia. Abrir o coração à misericórdia de Jesus. Jesus, olha quanta sujidade, vem, limpa com a tua misericórdia, com as tuas palavras dóceis, com as tuas carícias. E se abrimos o nosso coração à misericórdia de Jesus para que limpe o nosso coração, a nossa alma, Jesus confiará em nós”. (BS/SP)

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