30 abril, 2014

OS "RE-CASADOS" SÃO IGREJA (4)





Quando ia reflectindo, meditando em todas estas situações, a maior parte das vezes tão dolorosas, surgiu-me no coração este versículo: «eram como ovelhas sem pastor» Mt 9, 35

Realmente muitos daqueles que vivem estas situações são como «ovelhas sem pastor».
Procuram acolhimento, ajuda, amor na Igreja e muitas vezes não encontram nada disso, mas apenas evasivas, julgamentos, afastamento.

E no entanto o pastor quer todas as ovelhas no seu rebanho, não quer nenhuma perdida, porque ele é o pastor de todas as ovelhas.                        

O pastor conduz o rebanho, une o rebanho, mas não o faz sozinho.

O pastor do rebanho tem normalmente a ajuda dos cães do rebanho.

Perdoem-me a comparação, mas os cães do rebanho, são a Igreja, são o Papa, os bispos, os sacerdotes, os leigos.

Há ovelhas que se desviam do caminho, que começam a caminhar outros caminhos, que não o caminho do rebanho.
Há ovelhas que ficam enredadas, presas, nos espinhos de alguma silva, de onde não se conseguem libertar sozinhas.

Algumas dessas ovelhas, são sem dúvida os divorciados re-casados.

A missão dos cães, para além de manterem o rebanho unido para ser conduzido pelo pastor, é ir procurar e levar as ovelhas perdidas para o caminho certo, é ir ajudar as ovelhas presas nos espinhos a libertarem-se deles, para poderem juntar-se ao rebanho e prosseguir o caminho guiadas pelo pastor.

Mas que fazemos nós tantas vezes, perdoem-me mais uma vez a expressão, os cães que são Igreja?

Acenamos de longe, de dentro do rebanho, e gritamos: Estás enganado no caminho! Vem para aqui! Vem para o rebanho!

Este acenar de longe, este gritar de chamamento, são os documentos da Igreja que tratam destas situações dos divorciados re-casados, mas que nada fazem, que nada concretizam, arrisco-me até a dizer, para nada servem, se não os colocarmos em prática, se não os concretizarmos com palavras ditas, com gestos realizados, com actos concretos, e com muita oração, muita oração.

Então precisamos, por vezes, de sair do rebanho, (ou mesmo dentro dele), para procurar essas ovelhas, esses irmãos, mostrar-lhes o caminho, e ajudarmo-los a libertarem-se dos espinhos que não os deixam caminhar unidos ao rebanho.

E esses caminhos desviados são tantas vezes outras igrejas, outras espiritualidades, outras ofertas onde irão procurar o que nunca lá conseguirão encontrar: Deus, o amor de Deus, a Verdade que é o próprio Deus.
E esses espinhos são tantas vezes a incompreensão, a indignação perante palavras duras e mal dirigidas vindas de dentro do rebanho, são revoltas, que apesar de serem um tanto culpa própria, não deixam também de ser culpa muitas vezes da parte do rebanho que não soube, ou não quer, (pior ainda), acolher, ajudar, amar.

A imagem dos espinhos é muito interessante.

Os espinhos magoam, ferem, e as ovelhas que estão presas nos espinhos debatem-se para se libertar, mas esse debater acaba por magoar mais, acaba por aumentar as feridas, aumentando o sofrimento.
Mesmo quando libertados dos espinhos, verificamos que nesses mesmos espinhos ficou agarrada alguma lã, ficou agarrado algo que pertence à ovelha que esteve presa.
As feridas abertas, acabam por sarar quando a ovelha volta ao rebanho, e acabam por ganhar a crosta, para que a pele sare por baixo.
Mas caídas as crostas, ficam as cicatrizes, que acabam por recordar os maus momentos.

Realmente, aqueles que vivem estas situações, estão muitas vezes feridos por tantos espinhos.
O espinho do divórcio, o espinho da dificuldade de perdoar ou ser perdoado, (pelo outro ou pelos filhos), o espinho de não ser bem aceite na Igreja onde afinal quer procurar o amor que um dia Deus semeou no seu coração.

E o amor de Deus é imprescindível para que possam perdoar, pedir perdão e serem perdoados.

Essa capacidade, se assim podemos chamar-lhe, de perdoar, pedir perdão e ser perdoado, parte muito da vontade do homem, mas com a fraqueza do homem, se não for iluminada pelo amor de Deus, nunca será um perdão completo, mas sim algo que a memória sempre recordará com mágoa, tristeza e às vezes até ressentimento.

Só amor de Deus pode trazer a paz a esse recordar traumático de um divórcio, e trazer o amor a uma nova relação.

O amor de Deus encontra-se, ou melhor, faz-se encontrado na relação íntima e pessoal com Jesus Cristo, na oração e entrega de cada um, mas também, e sempre, em Igreja, na oração e celebração comunitária, primordialmente na comunhão do Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Mas a estes nossos irmãos está vedada a admissão à Comunhão Eucarística, alimento divino para esse encontro tão pessoal e íntimo com Jesus Cristo.
E isso dói-lhes, magoa-os, porque sentem a necessidade imperativa de receber Jesus Cristo.

Mas não é a comunhão eucarística a única forma de comungar Cristo, ou seja, de permanecer n’Ele, de estar em comunhão com Ele, de sentir a sua presença viva nas nossas vidas, pois como muito bem sabemos, também nos alimentamos do Senhor na Palavra de Deus, como nos afirma a Constituição Dogmática Dei Verbum no seu número 21, «A Igreja venerou sempre as divinas Escrituras como venera o próprio Corpo do Senhor, não deixando jamais, sobretudo na sagrada Liturgia, de tomar e distribuir aos fiéis o pão da vida, quer da mesa da palavra de Deus quer da do Corpo de Cristo.», bem como na oração pessoal e comunitária e nas boas obras que fazemos pela graça de Deus.

No rebanho, nem todas as ovelhas caminham da mesma forma, nem todas as ovelhas se alimentam do mesmo modo, e no entanto o pastor ama todas as suas ovelhas e com todas se preocupa e por todas se entrega.

Temos que ser então nós, Igreja, a mostrar, a testemunhar, a envolver, estes re-casados no amor de Deus, para que mais do que verem a Igreja como uma instituição, com regras e normas, vejam e sobretudo sintam a Igreja como amor de Deus aos homens, a todos os homens, e pela sua própria participação em Igreja acabem por perceber e viver a necessidade da obediência em amor, e parta deles próprios a decisão de não se aproximarem da Comunhão Eucarística, mas vivam a comunhão espiritual, como o alimento divino que o próprio Jesus Cristo lhes dá, porque os ama com amor infinito, como ama todos os homens.

Precisamos então, tantas vezes, de amaciar o nosso coração, de colocar as nossas certezas mundanas de lado, de colocar o amor de Deus no nosso entendimento da Doutrina, das regras e das normas da Igreja, para assim podermos acolher, ajudar e amar estes irmãos que procuram Deus, e se sentem tantas vezes como «ovelhas sem pastor».

Como diz São Paulo na Carta aos Colossenses no capítulo 3 versiculos 12 e 14:
«Como eleitos de Deus, santos e amados, revesti-vos, pois, de sentimentos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de paciência» e ainda «acima de tudo isto, revesti-vos do amor, que é o laço da perfeição.»

Só Deus, só o Espírito Santo nos pode conduzir a encontrar esses caminhos de acolhimento e amor, que esses irmãos tanto procuram e querem encontrar na Igreja.

Só o Espírito Santo nos pode ensinar a sabedoria, sabedoria de Deus, para dizermos as palavras certas, para termos as atitudes certas, que transmitam o amor de Deus, e assim sendo, já não serem palavras nossas, mas palavras inspiradas pela sabedoria divina e assim tocarem os corações daqueles que as ouvem.

Então só na oração pessoal e íntima, na oração em Igreja, na celebração em Igreja, na comunhão eucarística e adoração ao Santíssimo Sacramento, presença viva e real de Jesus Cristo, encontraremos caminho, discernimento, palavras e amor, que o Espírito Santo derramará em nós, para podermos cumprir a missão de acolher e amar essas «ovelhas sem pastor», de tal modo, que se sintam e se vivam como Igreja que são.

Que neste momento de adoração a Jesus Sacramentado, coloquemos nas suas santas mãos todos aqueles que vivendo estas difíceis situações O procuram de coração aberto, para que, abrindo Ele também os nossos corações, possamos ser Igreja que acolhe, que conduz, que ama, Igreja testemunha do amor de Deus derramado em todos os homens.


Joaquim Mexia Alves



Nota:
Por convite do “meu” Bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, orientei no dia 7 de Abril, uma recoleção para sacerdotes, no Santuário de Fátima.
As coisas que Deus faz na minha vida!
Os textos são, obviamente, algo extensos, pelo que os publicarei aqui em diversas partes.


Série constante na faixa lateral deste blog, em:
"Pesquisa rápida" - "OS "RE-CASADOS" SÃO IGREJA "

O dom do intelecto: a graça de perscrutar o pensamento de Deus – o Papa na audiência geral

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(RV) Largas dezenas de milhares de peregrinos acolheram o Papa Francisco para a audiência geral desta quarta-feira em que desenvolveu na sua catequese mais um dos dons do Espírito Santo: o intelecto, que em português podemos também traduzir por inteligência ou entendimento.
Este dom do intelecto – sublinhou o Papa Francisco – torna o cristão capaz de ultrapassar o aspeto exterior da realidade para perscrutar as profundezas do pensamento de Deus e do seu desígnio de salvação. Assim, este dom do entendimento está intimamente ligado com a fé.
“ O Apóstolo Paulo, dirigindo-se à comunidade de Corinto, descreve bem os efeitos deste dom: ‘Aquelas coisas que o olho não vê, nem as orelhas ouviram, nem nunca entraram no coração do homem. Deus preparou-as para aqueles que o amam. Mas a nós Deus revelou-as por meio do Espírito.”
Quando o Espírito Santo habita no nosso coração e ilumina a nossa inteligência, faz-nos crescer na compreensão daquilo que Jesus disse e realizou.
“ ... como sugere a própria palavra, o intelecto permite ‘intus leggere’, ou seja, de ler dentro, e este dom faz-nos entender as coisas como as entende Deus, com a inteligência de Deus...”
O próprio Jesus – continuou o Santo Padre – prometeu-nos que o Espírito Santo havia de nos recordar os seus ensinamentos e guiar-nos para a verdade total. Para sabermos como isto se realiza, vale a pena recordar o que sucedeu com os dois discípulos a caminho de Emaús – destacou o Papa: à medida que iam ouvindo Jesus explicar-lhes nas Escrituras que Ele devia sofrer e morrer para depois ressuscitar, a mente deles abriu-se e recendeu-se a esperança nos seus corações. É precisamente o que o Espírito Santo faz num cristão com o dom do entendimento: abre uma brecha na obscuridade da nossa inteligência e do nosso coração e faz de nós verdadeiros crentes, capazes de saborearmos tudo aquilo que o Senhor nos revela na sua Palavra e de nos alegrarmos com tudo aquilo que Ele opera na nossa vida.
“...que o Senhor nos dê este dom para entender as coisas que acontecem como Ele as entende e sobretudo para compreender a Palavra de Deus no Evangelho.”
No final da catequese o Papa Francisco saudou também os peregrinos de língua portuguesa:
“Dirijo uma cordial saudação aos peregrinos de língua portuguesa, nomeadamente ao Rancho Folclórico de Macieira da Lixa e ao grupo brasileiro de Araraquara. Agradeço a vossa presença e encorajo-vos a continuar a dar o vosso fiel testemunho cristão na sociedade. Deixai-vos guiar pelo Espírito Santo para entenderdes o verdadeiro sentido da história. De bom grado abençoo a vós e aos vossos entes queridos.”
Nas saudações em italiano o Papa Francisco recordou a festa litúrgica da Santa Catarina de Sena, Padroeira de Itália e da Europa
“Ontem celebramos a festa litúrgica de Santa Catarina de Sena, padroeira de Itália e da Europa. Caros jovens, aprendei com ela a viver com a consciência reta de quem não cede a compromissos humanos. Caros doentes, inspirai-vos com o seu exemplo de fortaleza nos momentos de maior dor. E vós, caros jovens esposos, imitai a solidez da fé de quem se confia a Deus.”
O Papa Francisco a todos deu a sua bênção. (RS)

29 abril, 2014

Uma comunidade cristã está em paz, testemunha Cristo e assiste os pobres – o Papa em Santa Marta

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(RV) Uma comunidade cristã deve viver em paz, testemunhar Cristo e assistir os pobres – estas as três mensagens principais transmitidas pelo Papa Francisco na missa desta terça-feira na Capela da Casa da Santa Marta.
O Santo Padre referiu-se na sua homilia às primeiras comunidades cristãs, aos primeiros grupos de homens e mulheres que procuravam viver como Jesus lhes tinha ensinado. E o Papa Francisco, desde logo afirmou que a primeira característica destas primeiras comunidades era a sua coesão de vida em paz. Tinham um só coração e uma só alma:

“Tinha um só coração e uma só alma. A paz. Uma comunidade em paz. Isto significa que naquela comunidade não havia lugar para os mexericos, para as invejas, para as calúnias, para as difamações. Paz. O perdão: o amor cobria tudo. Para qualificar uma comunidade cristã sobre isto, devemos perguntarmo-nos como é a atitude dos cristãos. São mansos e humildes?”

O Papa Francisco sublinhou ainda o testemunho que os primeiros cristãos davam da ressurreição de Cristo e interrogou-se sobre se as nossas comunidades de hoje dão esse testemunho; se cada paróquia, comunidade ou diocese acredita verdadeiramente que Jesus Cristo ressuscitou!?

Finalmente, o Santo Padre considerou uma terceira característica essencial das primeiras comunidades: a sua simplicidade e pobreza. E também aqui lançou interrogações para avaliarmos a vida das nossas comunidades. Em concreto duas pistas de reflexão:

“Primeiro: como é a atitude desta comunidade com os pobres? Segundo: esta comunidade é pobre? Pobre de coração, pobre de espírito? Ou mete a sua confiança nas riquezas? No poder? Harmonia, testemunho, pobreza e tratar dos pobres.” (RS)

28 abril, 2014

IV Catequese preparatória da Festa da Família 2014

 

 

4. A família, aberta a Deus e ao próximo

A) Cântico Inicial:
B) Invocação do Espírito Santo
C) Leitura Bíblica: Ef 5, 21-33
Submetei-vos uns aos outros, no respeito que tendes a Cristo: as mulheres, aos seus maridos como ao Senhor, porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da Igreja - Ele, o salvador do Corpo. Ora, como a Igreja se submete a Cristo, assim as mulheres, aos maridos, em tudo. Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela, para a santificar, purificando-a, no banho da água, pela palavra. Ele quis apresentá-la esplêndida, como Igreja sem mancha nem ruga, nem coisa alguma semelhante, mas santa e imaculada. Assim devem também os maridos amar as suas mulheres, como o seu próprio corpo. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo. De facto, ninguém jamais odiou o seu próprio corpo; pelo contrário, alimenta-o e cuida dele, como Cristo faz à Igreja; porque nós somos membros do seu Corpo. Por isso, o homem deixará o pai e a mãe, unir-se-á à sua mulher e serão os dois uma só carne. Grande é este mistério; mas eu interpreto-o em relação a Cristo e à Igreja. De qualquer modo, também vós: cada um ame a sua mulher como a si mesmo; e a mulher respeite o seu marido.
Palavra do Senhor.
D) Leitura do Ensinamento da Igreja:
1. O homem está feito à imagem e semelhança de Deus, para viver e conviver com Ele. Nem o ateísmo, nem o agnosticismo, nem a indiferença religiosa são situações naturais do homem e tampouco podem ser situações definitivas para uma sociedade. Os homens estão ligados essencialmente a Deus, como uma casa o está em relação ao arquitecto que a construiu. As dolorosas consequências dos nossos pecados podem obscurecer este horizonte, mas cedo ou tarde sentimos a falta da casa e do amor do Pai do Céu. Acontece connosco o que aconteceu com o filho pródigo da parábola: não deixou de ser filho quando foi embora da casa do seu pai e, por isso, apesar de todos os seus extravios, terminou sentindo um desejo irresistível de voltar. De fato, todos os homens sentem sempre a nostalgia de Deus e têm a mesma experiência que santo Agostinho, mesmo que não sejam capazes de expressá-la com a mesma força e beleza com que ele o fez: “Fizeste-nos, Senhor, para Vós, e o nosso coração não descansará enquanto não descansar em Vós”.
2. Consciente desta realidade, a família cristã situa a Deus no horizonte da vida dos seus filhos desde os primeiros momentos da sua existência consciente. É um ambiente que eles respiram e assimilam. Isto os ajuda a descobrir e acolher a Deus, a Jesus Cristo, ao Espírito Santo e à Igreja. Com plena coerência, já desde o primeiro momento do seu nascimento, os pais pedem à Igreja o Baptismo para eles e os levam com entusiasmo para receber as águas baptismais. Depois os acompanham na preparação para a Primeira Comunhão e para a Confirmação e os inscrevem na catequese paroquial e buscam para eles o Colégio que melhor os educará na religião católica.
3. No entanto, a verdadeira educação cristã dos filhos não se limita a incluir Deus entre as coisas importantes da vida dos filhos, mas também a situar Deus no centro dessa vida, de forma que todas as outras actividades e realidades (a inteligência, o sentimento, a liberdade, o trabalho, o descanso, a dor, a doença, as alegrias, os bens materiais, a cultura, em uma palavra: tudo) estejam modeladas e regidas pelo amor a Deus. Os filhos têm que habituar-se a pensar antes de cada acção ou omissão: “o que Deus quer que eu faça ou deixe de fazer agora?” Jesus Cristo confirmou a fé e a convicção dos fiéis da Antiga Aliança, sobre o que eles consideravam “o grande mandamento”, quando respondeu ao doutor da lei que “o primeiro mandamento é este: amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, e com todas as tuas forças”.
4. Esta educação na centralidade do amor a Deus é realizada pelos pais sobretudo através das realidades da vida diária: rezando em família nas refeições, estimulando nos filhos a gratidão a Deus pelos dons recebidos, recorrendo a Ele nos momentos de dor em qualquer uma das suas formas, participando na missa dominical com eles, acompanhando-os para receber o sacramento da Reconciliação, etc.
5. A pergunta do doutor da Lei só incluía “qual é o primeiro mandamento”. Mas Jesus, ao responder-lhe, acrescentou: o segundo, semelhante a este: “amarás o próximo como a ti mesmo”. O amor ao próximo, portanto, é “o seu mandamento” e “o distintivo” dos seus discípulos. Como concluía são João com fina psicologia: “Se não amamos o próximo a quem vemos, como vamos amar a Deus, a quem não vemos?”
6. Os pais devem ajudar os filhos a descobrir o próximo, especialmente o necessitado, e a realizar pequenos mas constantes serviços: compartilhar com os seus irmãos os brinquedos e presentes, ajudar os que são mais novos, dar esmola ao pobre na rua, visitar os familiares enfermos, acompanhar os avós e prestar-lhes pequenos serviços, aceitar as pessoas fazendo-os deixar de lado e a perdoar as pequenas limitações e ofensas de cada dia, etc. Estas coisas, repetidas uma e outra vez, configuram a mentalidade e criam hábitos bons; para enfrentar a vida com a predisposição adquirida do amor aos outros, e fazê-los assim capazes de criar uma sociedade nova.
E) Perguntas para o Diálogo:
1 - Diante do texto da Carta aos Efésios, será que a Igreja reconhece e vive a sua identidade como esposa de Cristo? Ou será que parece uma viúva? E os casais cristãos, vivem esta realidade do amor esponsal (amor entregue)?
2 - Temos educado os filhos para esta abertura a Deus? E temos educado na abertura aos outros? As famílias estão também abertas à vida? Que fazer para que esta abertura à vida seja mais presente nas nossas vidas?
F) Orações espontâneas.
G) Pai-Nosso
H) Cântico Final

Olhai para Jesus, olhai para Maria e segui em frente - Papa em video-mensagem a jovens de Buenes Aires

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(RV)Que façam barulho”, já lhes disse isso; “que não tenham medo de nada”, já lhe disse isso, “que sejam livres”, já lhes disse isso…

Começa assim a vídeo-mensagem através da qual o Papa Francisco exprimiu a sua proximidade a jovens de Buenes Aires, reunidos, sábado 26 na capital argentina, para a Jornada Regional da Juventude. Objectivo recuperar a força necessária para levar fé pelas ruas.

Neste interrogar-se sobre algo de novo para lhes dizer, o Papa recorreu então à figura de alguns jovens do Evangelho. Os Apóstolos, diz o Papa, eram quase todos jovens. Para além deles pensou também no jovem rico, mas triste, porque não conseguiu deixar os seus bens para seguir Jesus; no jovem que procurou uma nova vida com a herança do pai, ainda vivo, esbanjou tudo e voltou cheio de fome, mas como Deus é misericordioso, encontrou o Pai ansioso pelo seu retorno; no jovem morto que, devido à fé da mãe, foi ressuscitado por Jesus; no Apóstolo João que era “um muchachito”…

O Papa chamou a atenção dos “chicos e chicas” reunidos em Buenes Aires, para o entusiasmo, o estupor que causou inicialmente, nos jovens do Evangelho, o encontro com Jesus, ao ponto de correrem para dizer aos amigos “Encontramos o Messias!, Encontramos Aquele de que falam os profetas!” .

Mas depois os Apóstolos esmoreceram, não se comportaram muito bem – fez ainda notar o Papa: Pedro renegou Jesus, Judas traiu-o, outros fugiram, ou seja – frisou – “depois veio a luta por ser féis a esse encontro com Jesus”. E aqui o Papa lançou uma pergunta aos jovens, a cada um deles…

“Vos, quando te encontras-te com Jesus?, Como foi o encontro com Ele, tiveste um encontro com Jesus, ou estás a tê-lo agora? Os jovens Apóstolos! Pensem em Pedro, Tiago, João, Nataniel, como é que se foram encontrando com Jesus?!”

Ainda no seu estilo interrogativo e interactivo, depois de ilustrar esses jovens todos, os apóstolos e a seu comportamento, o Papa pôs os jovens do Encontro Regional da Juventude de Buenes Aires, perante uma outra série de interrogação…

“Vós quem sois? O entusiasta como os Apóstolos inicialmente, antes de iniciar o caminho? Aquele que quer seguir Jesus, mas está cercado de tantas coisas que o atam e não O pode seguir, como o jovem rico à mundanidade, a tantas coisas? Como aquele que gastou toda a herança do seu pai, mas que teve a coragem de voltar e está sentindo neste momento o abraço da misericórdia? Ou estás morto? Se estás morto, saiba que a Mãe Igreja está chorando por ti e Jesus é capaz de ressuscitar-te. Digam-me: quem sois vós, Dizei-lo a vós mesmos e isso te dará força”.

E antecipando aquilo que poderiam estar a pensar as meninas, o Papa frisou… “As meninas me vão dizer, mas Padre, você é injusto, porque os exemplos que deu é só para os rapazes” .

A elas, então, o Papa Francisco indicou como único modelo Maria, Aquela que “obedeceu sem compreender”, “a mulher da fidelidade”…

Pondo em evidência a capacidade de dar vida e de dar ternura, capacidade que os homens não têm, o Papa recordou às meninas que se diz “A Igreja, não o Igreja”.

A Igreja é feminina, é como Maria. Esse é o lugar para vós. Ser Igreja, conformar-se com a Igreja, estar junto a Jesus, dar ternura, acompanhar, deixar crescer.”

E o Papa conclui pedindo a todos que “Não tenham medo, que olhem para Jesus e para Maria e que sigam em frente”.

Esse encontro Regional da Juventude que teve lugar, dizíamos no sábado, 26, reuniu jovens de 11 Dioceses da Arquidiocese de Buenes Aires. Em jeito de jornada de reconciliação e também de agradecimento pela canonização dos dois Papas, o encontro contou com a presença de centenas de sacerdotes que confessaram os jovens e presidiram a momentos de oração comunitária. Não se previa a celebração da Missa. (D.A.)

27 abril, 2014

S. João XXIII, "Papa da docilidade ao Espírito" e S. João Paulo II, "Papa da família" - Papa Francisco, na homilia das canonizações

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(RV) Uma incontável multidão participa, na Praça de São Pedro e imediações, assim como nos variados locais de Roma através de ecrans gigante, na Missa de canonização de João XXIII e de João Paulo II. Sobressaem os polacos e, entre os italianos, especialmente os fiéis da diocese de Bérgamo, terra natal do Papa Roncalli. Presente, concelebrando a Missa, o papa emérito, Bento

Como prevê o ritual, a celebração começou com o pedido, apresentado pelo cardeal Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos. No momento da proclamação solene, intensos os aplausos da imensa assembleia.

Na homilia, Papa Francisco começou por comentar o Evangelho do dia, em que – observou – “encontramos as chagas gloriosas de Jesus ressuscitado”. Tomé, que não se encontrava presente na primeira manifestação do Senhor, disse que “se não visse e tocasse aquelas feridas, não acreditaria”. Oito dias depois, Jesus apareceu de novo no Cenáculo e, dirigindo-Se a ele, convidou-o a tocar as suas chagas. E então aquele homem sincero, habituado a verificar tudo pessoalmente, ajoelhou-se diante de Jesus e disse: «Meu Senhor e meu Deus!» (Jo 20, 28).

Se as chagas de Jesus podem ser de escândalo para a fé (fez notar o Papa Francisco), são também a verificação da fé.

“É por isso que no corpo de Cristo ressuscitado as chagas não desaparecem, continuam, porque aquelas chagas são o sinal permanente do amor de Deus por nós, sendo indispensáveis para crer em Deus: não para crer que Deus existe, mas sim que Deus é amor, misericórdia, fidelidade.”

Citando Isaías, São Pedro escreve aos cristãos: «pelas suas chagas, fostes curados».

“S. João XXIII e S. João Paulo II tiveram a coragem de contemplar as feridas de Jesus, tocar as suas mãos chagadas e o seu lado trespassado. Não tiveram vergonha da carne de Cristo, não se escandalizaram d’Ele, da sua cruz; não tiveram vergonha da carne do irmão (cf. Is 58, 7), porque em cada pessoa atribulada viam Jesus.
Foram dois homens corajosos, cheios da parresia do Espírito Santo, e deram testemunho da bondade de Deus, da sua misericórdia, à Igreja e ao mundo.”

Por outro lado - prosseguiu Papa Francisco – ambos eles foram sacerdotes, bispos e papas do século XX.

“Conheceram as suas tragédias, mas não foram vencidos por elas. Mais forte, neles, era Deus; mais forte era a fé em Jesus Cristo, Redentor do homem e Senhor da história; mais forte, neles, era a misericórdia de Deus que se manifesta nestas cinco chagas; mais forte era a proximidade materna de Maria.”

Nestes dois homens contemplativos das chagas de Cristo e testemunhas da sua misericórdia, habitava «uma esperança viva», juntamente com «uma alegria indescritível e irradiante» (1 Ped 1, 3.8).

“A esperança e a alegria que Cristo ressuscitado dá aos seus discípulos, e de que nada e ninguém os pode privar. A esperança e a alegria pascais, passadas pelo crisol do despojamento, do aniquilamento, da proximidade aos pecadores levada até ao extremo, até à náusea pela amargura daquele cálice. Estas são a esperança e a alegria que os dois santos Papas receberam como dom do Senhor ressuscitado, tendo-as, por sua vez, doado em abundância ao Povo de Deus, recebendo sua eterna gratidão.”

“Esta esperança e esta alegria respiravam-se na primeira comunidade dos crentes, em Jerusalém, de que nos falam os Actos dos Apóstolos na primeira leitura. É uma comunidade onde se vive o essencial do Evangelho, isto é, o amor, a misericórdia, com simplicidade e fraternidade.
E esta é a imagem de Igreja que o Concílio Vaticano II teve diante de si.”

“João XXIII e João Paulo II colaboraram com o Espírito Santo para restabelecer e actualizar a Igreja segundo a sua fisionomia originária, a fisionomia que lhe deram os santos ao longo dos séculos” – prosseguiu Papa Francisco, sublinhando que “são precisamente os santos que levam avante e fazem crescer a Igreja.” A docilidade ao Espírito foi “o grande serviço” do Papa João XXIII à Igreja

“Na convocação do Concílio, João XXIII demonstrou uma delicada docilidade ao Espírito Santo, deixou-se conduzir e foi para a Igreja um pastor, um guia-guiado, guiado pelo Espírito.
Este foi o seu grande serviço à Igreja; foi o Papa da docilidade ao Espírito Santo.”

Por sua vez, neste serviço ao Povo de Deus, João Paulo II foi o Papa da família.

“João Paulo II foi o Papa da família. Ele mesmo disse uma vez que assim gostaria de ser lembrado: como o Papa da família. Apraz-me sublinhá-lo no momento em que estamos a viver um caminho sinodal sobre a família e com as famílias, um caminho que ele seguramente acompanha e sustenta do Céu”

E o Papa Francisco concluiu a homilia fazendo votos de “que estes dois novos santos Pastores do Povo de Deus intercedam pela Igreja para que, durante estes dois anos de caminho sinodal, seja dócil ao Espírito Santo no serviço pastoral à família. Que ambos nos ensinem a não nos escandalizarmos das chagas de Cristo, a penetrarmos no mistério da misericórdia divina que sempre espera, sempre perdoa, porque sempre ama.”

A concluir a celebração, “esta festa da fé” (disse), antes da recitação da antífona mariana do Tempo Pascal, o Papa Francisco saudou e agradeceu todos os “irmãos Cardeais e os numerosíssimos Bispos e padres de todas as partes do mundo”. Um reconhecimento especial dedicou-o às Delegações oficiais de tantos países, vindas a Roma “para prestar homenagem (afirmou o Papa) a dois Pontífices que contribuíram de maneira indelével para a causa do desenvolvimento dos povos e da paz”.
Saudados também expressamente os peregrinos das dioceses de Bérgamo e de Cracóvia, terras de origem dos dois novos santos.
Agradecimentos foram expressos às autoridades italianas e da cidade de Roma, pela “preciosa colaboração” prestada à organização deste evento que terá trazido à Cidade Eterna umas 800 mil pessoas, assim como a tantas organizações e associações que deram o próprio contributo e os tantos voluntários.




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Homilia integral do Papa Francisco:

No centro deste domingo, que encerra a Oitava de Páscoa e que São João Paulo II quis dedicar à Misericórdia Divina, encontramos as chagas gloriosas de Jesus ressuscitado.

Já as mostrara quando apareceu pela primeira vez aos Apóstolos, ao anoitecer do dia depois do sábado, o dia da Ressurreição. Mas, naquela noite – como ouvimos –, Tomé não estava; e quando os outros lhe disseram que tinham visto o Senhor, respondeu que, se não visse e tocasse aquelas feridas, não acreditaria. Oito dias depois, Jesus apareceu de novo no meio dos discípulos, no Cenáculo, encontrando-se presente também Tomé; dirigindo-Se a ele, convidou-o a tocar as suas chagas. E então aquele homem sincero, aquele homem habituado a verificar tudo pessoalmente, ajoelhou-se diante de Jesus e disse: «Meu Senhor e meu Deus!» (Jo 20, 28).

Se as chagas de Jesus podem ser de escândalo para a fé, são também a verificação da fé. Por isso, no corpo de Cristo ressuscitado, as chagas não desaparecem, continuam, porque aquelas chagas são o sinal permanente do amor de Deus por nós, sendo indispensáveis para crer em Deus: não para crer que Deus existe, mas sim que Deus é amor, misericórdia, fidelidade. Citando Isaías, São Pedro escreve aos cristãos: «pelas suas chagas, fostes curados» (1 Ped 2, 24; cf. Is 53, 5).

São João XXIII e SãoJoão Paulo II tiveram a coragem de contemplar as feridas de Jesus, tocar as suas mãos chagadas e o seu lado trespassado. Não tiveram vergonha da carne de Cristo, não se escandalizaram d’Ele, da sua cruz; não tiveram vergonha da carne do irmão (cf. Is 58, 7), porque em cada pessoa atribulada viam Jesus. Foram dois homens corajosos, cheios da parresia do Espírito Santo, e deram testemunho da bondade de Deus, da sua misericórdia, à Igreja e ao mundo.

Foram sacerdotes, bispos e papas do século XX. Conheceram as suas tragédias, mas não foram vencidos por elas. Mais forte, neles, era Deus; mais forte era a fé em Jesus Cristo, Redentor do homem e Senhor da história; mais forte, neles, era a misericórdia de Deus que se manifesta nestas cinco chagas; mais forte era a proximidade materna de Maria.

Nestes dois homens contemplativos das chagas de Cristo e testemunhas da sua misericórdia, habitava «uma esperança viva», juntamente com «uma alegria indescritível e irradiante» (1 Ped 1, 3.8). A esperança e a alegria que Cristo ressuscitado dá aos seus discípulos, e de que nada e ninguém os pode privar. A esperança e a alegria pascais, passadas pelo crisol do despojamento, do aniquilamento, da proximidade aos pecadores levada até ao extremo, até à náusea pela amargura daquele cálice. Estas são a esperança e a alegria que os dois santos Papas receberam como dom do Senhor ressuscitado, tendo-as, por sua vez, doado em abundância ao Povo de Deus, recebendo sua eterna gratidão.

Esta esperança e esta alegria respiravam-se na primeira comunidade dos crentes, em Jerusalém, de que falam os Actos dos Apóstolos (cf. 2, 42-47), que ouvimos na segunda Leitura. É uma comunidade onde se viveo essencial do Evangelho, isto é, o amor, a misericórdia, com simplicidade e fraternidade.

E esta é a imagem de Igreja que o Concílio Vaticano II teve diante de si.João XXIII e João Paulo II colaboraram com o Espírito Santo para restabelecer e actualizar a Igreja segundo a sua fisionomia originária, a fisionomia que lhe deram os santos ao longo dos séculos. Não esqueçamos que são precisamente os santos que levam avante e fazem crescer a Igreja. Na convocação do Concílio,São João XXIII demonstrou uma delicada docilidade ao Espírito Santo, deixou-se conduzir e foi para a Igreja um pastor, um guia-guiado, guiado pelo Espírito. Este foi o seu grande serviço à Igreja; por isso gosto de pensar nele como o Papa da docilidade ao Espírito Santo.

Neste serviço ao Povo de Deus, São João Paulo II foi o Papa da família. Ele mesmo disse uma vez que assim gostaria de ser lembrado: como o Papa da família. Apraz-me sublinhá-lo no momento em que estamos a viver um caminho sinodal sobre a família e com as famílias, um caminho que ele seguramente acompanha e sustenta do Céu.

Que estes doisnovos santos Pastores do Povode Deus intercedam pela Igreja para que, durante estes doisanos de caminho sinodal, seja dócilao Espírito Santono serviço pastoral à família. Que ambos nos ensinem a não nos escandalizarmos das chagas de Cristo, a penetrarmos no mistério da misericórdia divina que sempre espera, sempre perdoa, porque sempre ama.




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26 abril, 2014

Mensagens do Papa a italianos e polacos pelos seus santos João XXIII e João Paulo II

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(RV) O Papa Francisco enviou mensagens para italianos e polacos por ocasião das canonizações deste domingo de João XXIII e João Paulo II. Numa carta enviada ao jornal o ‘Eco de Bergamo’ o Papa Francisco agradeceu o grande dom que foi o Papa João XXIII e reafirmou que:
“… a renovação promovida pelo Concílio Vaticano II abriu o caminho e é uma alegria especial que a canonização do Papa Roncalli aconteça ao mesmo tempo que a do Beato João Paulo II, que encetou essa renovação no seu longo pontificado.”
Precisamente, ao povo polaco o Papa Francisco escolheu o meio vídeo para enviar a sua mensagem onde ressaltou o testemunho de fé, amor e coragem apostólica do Papa peregrino:
“Com o seu testemunho de fé, de amor e de coragem apostólica, acompanhada de uma grande intensidade humana, este exemplar filho da Nação polaca ajudou os cristãos de todo o mundo a não terem medo de dizerem-se cristãos, de pertencerem à Igreja, de falarem do Evangelho. Numa palavra: ajudou-nos a não termos medo da verdade, porque a verdade é garantia de liberdade.” (RS)

Os milagres dos Papas João XXIII e João Paulo II

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(RV) Vários têm sido os testemunhos importantes nos briefings de imprensa. O Cardeal Stanislaw Dziwisz esteve presencialmente no Media Center e o Cardeal Capovilla em direto televisivo e foram presenças de grande valor histórico e testemunhal. Mas, os milagres atribuídos e relatados na quinta-feira comoveram quem os ouviu:
A Irmã Caterina Capitani, da Congregação das Filhas da Caridade, miraculada por João XXIII, morreu em 2010. Foi a Irmã Adele Labianca a relatar os factos. Desenvolviam juntas atividade na Hospital Pediátrico de Nápoles. Em 1967 tinha 54 anos e há 23 anos que não podia sair da cama devido a abcessos que lhe tinham progressivamente atingido todo o corpo. Intervenções cirúrgicas tinham sido 14. As condições pioravam de dia para dia. Foi-lhe administrada a unção dos enfermos e uma relíquia do Papa foi-lhe colocada sobre uma das feridas e ela... acordou. A Irmã Adele Labianca relatou o que Irmã Caterina lhes contou dias depois do milagre:
“Senti uma mão apoiada no meu estômago na direção da fistula e uma voz que me chamava do lado esquerdo: ‘Irmã Caterina’ Assustada por ouvir a voz de um homem, virei-me e vi ao meu lado o Papa João em vestes papais que não sei descrever porque olhava só para o seu rosto que era muito belo e sorridente. Ele disse-me: ‘Irmã Caterina rezaste tanto e também tantas irmãs, principalmente uma delas – infelizmente na minha humildade devo dizer que esta uma delas era eu’. Haveis mesmo arrancado do coração este milagre! Mas agora tudo acabou: tu estás bem e não tens mais nada!”
Prodigiosa foi também a cura de Floribeth Mora Diaz, de 51 anos, natural de San José na Costa Rica. Uma mulher muito doente que vivia com o seu marido e os seus 4 filhos. A 8 de abril de 2011 sabe ter apenas um mês de vida devido a um aneurisma. Ela não cede ao desespero e entrega-se à oração pedindo a intercessão de João Paulo II:
“Nesse momento o que eu mais pedia era a intercessão de João Paulo II. Eu dizia sempre:’João Paulo II, tu que estás assim próximo de Deus, diz ao Senhor que eu não quero morrer! Tinha medo de morrer porque tinha os meus filhos... Diz-lhe, por favor, que se eu morro quem tomará conta deles? São muito importantes para mim! Aquilo que eu mais amo são os meus filhos e o meu marido... Sempre pedi para que os protegesse e que não os deixasse sós no momento em que eu me fosse.”
“Depois de ter visto a beatificação de João Paulo II, numa transmissão – eram duas da manhã na Costa Rica – senti qualquer coisa de incrível... Acordei de manhã, acendi a televisão e encontrei uma transmissão precisamente da beatificação. Recordo que vi o Papa Bento XVI que levava a relíquia... E como acordei adormeci outra vez. Às 8 da manhã acordei mas de uma maneira diferente: ouvi uma voz no meu quarto que me dizia: ‘Levanta-te’. Eu estava surpreendida e vi que estava só!’ E continuava a ouvir esta voz que dizia e repetia: ‘Levanta-te! Não tenhas medo!’ Imediatamente os meus olhos olharam para a revista que estava em cima da televisão e que tinha saído para a beatificação... Tinha João Paulo II com as mãos levantadas como se fosse um quadro... E as suas mãos estavam levantadas como que a dizer-me para me levantar. E eu respondi: ‘Sim, Senhor!’ E desde daquele dia estou de pé! O Senhor naquele dia tirou-me o medo, tirou-me a agonia e deu-me uma paz, uma paz que me deu a certeza que era sã!” (RS)

25 abril, 2014

"Corrupção é roubo aos pobres, fere aos mais vulneráveis, prejudica toda a comunidade, destrói a nossa confiança": Papa Francisco aos Bispos da África Austral


(RV) O Santo Padre recebeu na manhã desta sexta-feira os Bispos da Conferência episcopal da África do Sul (África do Sul, Botswana e Suazilândia), em visita ad limina Apostolorum por estes dias. Na sua mensagem aos Bispos o Papa sublinhou que o encontro

Era uma ocasião propícia para dar graças a Deus, pelo crescimento da Igreja nos seus países, graças ao trabalho dos missionários de muitas terras que, juntamente com os homens e mulheres nativos da África do Sul, Botsuana e Suazilândia, semearam as sementes de fé do seu povo assim tão profundamente, e durante gerações inteiras sairam para encontrá-los onde quer que eles se encontrassem, nas aldeias, vilas e cidades, e especialmente nos bairros suburbanos sempre em contínua expansão. Eles, continuou o Papa Francisco, construíram igrejas e escolas e clínicas que têm servido os seus países por quase dois séculos; esta herança brilha ainda hoje no coração de cada crente e no trabalho pastoral que ainda continua.

Apesar dos muitos desafios, os vossos países – disse ainda o Papa - são abençoados por florescentes paróquias, a prosperar muitas no meio de grandes dificuldades: grandes distâncias entre as comunidades, a escassez de recursos materiais e acesso limitado aos sacramentos.

Contudo, a Igreja está empenhada na formação de diáconos permanentes em algumas dioceses, para ajudar o clero, onde os sacerdotes são menos; há um esforço concertado para renovar e aprofundar a formação dos catequistas leigos que ajudam as mães e os pais na preparação das novas gerações na fé; sacerdotes e irmãos e irmãs religiosos são unânimes em servir mais vulneráveis filhos ​​e filhas de Deus, tais como as viúvas, mães solteiras, as divorciadas, crianças em situação de risco e especialmente os vários milhões de órfãos da SIDA, muitos dos quais são chefes de famílias em áreas rurais .

O Papa falou em seguida dos maiores desafios nesta região da África Austral com forte impacto na pastoral, sobretudo a escassez das vocações ao sacerdócio e à vida religiosa, os abortos, e o reduzido número de sacerdotes, e a praga da corrupção, que é "roubo aos pobres ... que fere aos mais vulneráveis ... prejudica toda a comunidade ... destrói a nossa confiança"., enquanto que a comunidade cristã é chamada a ser coerente na seu testemunho pelas virtudes da honestidade e integridade, para que possamos estar diante do Senhor, e os nossos vizinhos, com as mãos limpas e um coração puro (cf. Sl 24:4), como um fermento do Evangelho na vida da sociedade.

Papa Francisco: S. José de Anchieta não teve medo da alegria que nasce do encontro com Jesus

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(RV) O Papa Francisco celebrou no final da tarde desta quinta-feira, na Igreja de Santo Inácio de Loyola, no centro de Roma, uma Missa de Ação de Graças pela Canonização do P. José de Anchieta. O decreto que elevou este jesuíta a santo foi assinado pelo Santo Padre no passado dia 3 de abril. Humildade, testemunho de uma fé inabalável em Deus, esperança e caridade são as virtudes que fizeram de Anchieta um santo. Nascido em 1534 em Tenerife, Espanha, ficou para a história, nos 44 anos que viveu nas Terras de Vera Cruz, como o Apóstolo do Brasil.
Com uma significativa presença de fiéis e religiosos brasileiros residentes em Roma, a celebração teve a participação também de autoridades civis e da Igreja no Brasil. A alegria do encontro com Cristo Ressuscitado foi o conceito-chave desenvolvido pelo Papa Francisco na sua homilia. Uma alegria da qual se pode ter medo como aconteceu com os discípulos de Emaús e pode acontecer também a nós quando sentimos a tentação de refugiarmo-nos na atitude de ‘não exagerar’:
“É mais fácil crer num fantasma do que em Cristo vivo.”
É mais fácil ir tem com alguém que te prediz o futuro do que ter confiança na esperança de um Cristo vencedor, de um Cristo que venceu a morte! – sublinhou o Papa – é mais fácil uma ideia do que a docilidade deste Senhor.
A Leitura dos Atos dos Apóstolos fala de um paralítico – continuou o Santo Padre – trata-se de um homem que passou a vida à porta do Templo a pedir esmola mas que, quando foi curado, louva Deus e a sua alegria é contagiosa. A alegria do encontro com Jesus Cristo, aquela que nos faz medo aceitar, é contagiosa e grita o anúncio: e alí cresce a Igreja – afirmou o Papa Francisco.
“A Igreja não cresce por proselitismo mas por atração. Sem esta alegria não se pode fundar uma Igreja! Não se pode fundar uma comunidade cristã!”
Neste momento da sua homilia o Santo Padre evocou S. José de Anchieta dizendo que o Apóstolo do Brasil soube comunicar aquilo que tinha experimentado com o Senhor, aquilo que tinha visto e ouvido d'Ele; e essa foi e é a sua santidade. A santidade de um rapaz de 19 anos:
“Era tal a alegria que tinha que fundou uma nação pôs os fundamentos culturais de uma nação em Jesus Cristo.”
“Não tinha estudado teologia, não tinha estudado filosofia, era um rapaz.”
“Tinha sentido o olhar de Jesus Cristo e deixou-se encher de alegria e escolheu a luz.”
“Esta foi e é a sua santidade. Não teve medo da alegria.”
S. José de Anchieta tem um hino belíssimo dedicado à Virgem Maria, a quem, inspirando-se no cântico de Isaías 52, compara com o mensageiro que proclama a paz, que anuncia a alegria da Boa Notícia – sublinhou ainda o Santo Padre.
Que Ela, que naquele alvorecer do domingo não teve medo da alegria, nos acompanhe no nosso peregrinar, convidando todos a levantarem-se, para entrar juntos na paz e na alegria que Jesus, o Senhor Ressuscitado, nos oferece – concluiu o Papa Francisco. (RS)

24 abril, 2014

João XXIII e João Paulo II – dois santos para a humanidade

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(RV) Por estes dias Roma está em festa para celebrar as canonizações de dois Papas que estiveram na Cadeira de Pedro na segunda metade do século XX e que, com os seus testemunhos de fé inspiraram milhões de pessoas em todo o mundo.
João XXIII, o impulsionador do Concílio Vaticano II e João Paulo II o Papa peregrino, vão atrair à Cidade Eterna e em especial à Praça de S. Pedro largas centenas de milhares de peregrinos. Espaço na nossa rubrica “Sal da Terra, Luz do Mundo” de hoje para estes novos santos da Igreja e para os preparativos destas canonizações absolutamente únicas.
Os beatos João XXIII e João Paulo II serão, a partir de domingo 27 de abril, santos da Igreja Católica, elevados assim à veneração dos fieis. Um momento, desde logo, muito importante para a diocese de Roma como declarou o Cardeal Agostino Vallini na conferência de imprensa de apresentação desta celebração:
"É essencialmente uma mensagem espiritual, porque é a festa da santidade. A relação que João XXIII e João Paulo II tiveram com a Igreja de Roma, da qual eram bispos, é uma relação muito profunda, começando pelo estilo com o qual eles exerceram seu ministério, um estilo de proximidade, acolhimento e atenção para com as pessoas, para com os homens enquanto tal."
"A canonização é uma graça de Deus, que o Senhor nos faz mostrando-nos como modelos de vida cristã dois homens de fé. Vamos percorrer este caminho, caminho de uma espiritualidade mais intensa. Este é o sentido com o qual nos preparamos para este evento."
Várias são as atividades e formas de comunicação que estão muito ativas na difusão deste acontecimento: O portal está disponível em várias línguas e há uma conta no twitter @2popesaints. A canonização dos dois beatos também conta com uma presença no YouTube e no Facebook. Existe também a aplicação "Santo já!", dedicada a Karol Wojtyla. Entretanto, na noite de sábado dia 26 que antecede as canonizações, realizar-se-á uma vigília de oração nas paróquias de Roma.
No dia 27, domingo, com o Papa Francisco serão cerca de mil os concelebrantes entre cardeais e bispos, e pelo menos 700 os sacerdotes que distribuirão a Comunhão na Praça São Pedro. Depois da eucaristia, será possível venerar os túmulos dos dois novos santos.
Angelo Roncalli e Karol Wojtyla – João XXIII e João Paulo II, dois santos do nosso tempo que comungaram e partilharam a vida de muitos de nós e de alguns presencialmente na proximidade. Apresentamos aqui a agora dois testemunhos:
O Cardeal Loris Capovilla, secretário particular do Papa João XXIII afirmou recentemente em entrevista à Rádio Vaticano que o Papa Roncalli deu-lhe sempre uma grande lição de humildade e afirmou mesmo que este novo santo era a imagem da bondade:
“A minha impressão é esta: vi a imagem da bondade. Tive esta convicção quando o vi pela primeira vez, quando o vi em fotografia. Quando o vi pessoalmente em 1950 na minha Veneza, quando fui a Paris – a 2 de fevereiro de 1953 – quando me convidou para ser seu “companheiro de armas”. Eu nunca me chamei secretário do Papa João, porque o secretário do Papa é o secretário de Estado. Eu fui um pequeno servidor. Com o Papa João eu rezei, sofri, mesmo depois da sua morte sofri muito. Depois o Senhor dispôs através dos seus servos, que esta figura voltasse a aparecer no horizonte. Hoje quem o chama “ao vivo” é o Papa Francisco. Uma das primeiras coisas que me disse foi: ‘Loris, recorda-te, se não metes o teu “eu” debaixo dos teus pés, nunca serás livre e não entrarás no território da paz’. E as mesmas palavras que disse depois no dia mais solene da sua vida, com o mundo inteiro perante si, disse aquelas palavras sublimes: ‘A minha pessoa não conta nada’. Foi uma grande lição de humildade, de doçura, de amor e de esperança. O Papa João ensinou-nos e agora repete-o em quase todos os encontros o Papa Francisco: ‘Cada um de nós retos ou não retos, crentes ou não crentes, cada criatura humana trás consigo o sêlo de Deus’. Esta é a primeira lição que eu recebi e na qual fico. Professo desde este momento a minha veneração a S. João XXIII e a S. João Paulo II e agradeço ao Papa Francisco.”
Entre as muitas testemunhas da vida e da fé do Papa João Paulo II esteve sempre muito próximo do Papa Wojtyla o arcebispo Piero Marini que foi mestre das celebrações litúrgicas durante o pontificado do Papa polaco. A Rádio Vaticano ouviu o seu depoimento:
“O primeiro encontro que eu tive com Karol Wojtyla foi em Cracovia em 1973 durante uma viagem do cardeal prefeito da Congregação para o Culto Divino, que eu acompanhava, em quase todas as dioceses da Polónia. Ali pela primeira vez, vi este arcebispo de Cracóvia, muito gentil... Recordo sobretudo a sua proximidade com o povo. Na celebração das duas missas que eu recordo ainda bem, que tivemos com ele – primeiro a Missa em público de S. Estanislao com uma grande procissão, interminável; e a Missa depois numa paróquia em Nowa Huta, que ele próprio tinha mandado construir – recordo esta proximidade com a gente e sobretudo via nele o pastor como tinha sido delineado pelo Concílio Vaticano II. Recordo que depois destes momentos, havia sempre um encontro com a assembleia, com a gente que parava para estar com ele. Recordo estes camponeses que vinham provavelmente de Zakopane, com os seus trajes... Deu-me esta bela impressão de um pastor próximo, como diz o Papa Francisco: um pastor que tinha o odor das ovelhas, verdadeiramente.”
“Acreditava naquilo que fazia! Quando rezava, rezava porque acreditava na sua oração. Não tinha temor de rezar em público, de fazer gestos que, talvez, outros teriam um pouco de dificuldade. Era um homem autêntico, que tinha os seus momentos de intimidade, de encontro com Deus. Esta era a sensação que me dava que ainda hoje me edifica pensando nestes momentos de oração que começavam já na sacristia. Uma oração que era pessoal, mas também simples e próxima de cada um de nós, como por vezes a oração do terço, ou durante uma viagem mandava parar o automóvel para celebrar a liturgia das horas... Era um homem que verdadeiramente dava à oração o primeiro lugar!”
Domingo, dia 27 de Abril, o Papa Francisco em nome da Igreja dará dois santos para a humanidade. Dois Papas que na sua vida e nas suas obras testemunharam o amor de Deus e a presença viva de Jesus no meio de nós... (RS)

23 abril, 2014

NUNCA ESTIVEMOS TÃO PERTO DA SANTIDADE

 
 
 
 
Hoje de manhã, quando estava naquele estado de sonolência, em que muitas vezes eu julgo que Deus “fala” comigo, veio ao meu pensamento esta frase: “Nunca estivemos tão perto da santidade.”

Não me demorei muito a pensar no que tal significava, mas, ao chegar ao escritório, uma das primeiras imagens que vi no computador foi a de um sacerdote que conheço a cumprimentar João Paulo II.

Percebi então o que a frase me queria dizer e percebi que realmente, em termos muitos simples, “nunca estivemos tão perto da santidade” como agora!

Eu vi, com estes olhos que Deus me deu, João XXIII na “minha” televisão.
Eu vi, com estes olhos que Deus me deu, João Paulo II no meu país.
Eu li, com estes olhos que Deus me deu, coisas escritas pelo Padre Pio, por Josemaria Escrivá, e por tantos outros, já depois de eu ter nascido e ser gente.
Eu estive presente, com este corpo que Deus me deu, na celebração da Beatificação da Madre Maria Clara do Menino Jesus, que era prima da minha mãe.

Num tempo em que o cristianismo é tão atacado, em que a Igreja é tão vilipendiada, em que os cristãos são tão perseguidos, o Espírito Santo responde-nos, dando-nos testemunhos de extraordinária virtude, de fé inquebrantável, de uma fortaleza que vai para além da força humana, ou seja, uma fortaleza que só pode vir de Deus, para mostrar aos homens que Ele está com eles e que nunca os abandona.

E mostra-nos tantas coisas!

Toma um homem já de idade avançada, a quem os homens vaticinaram um pontificado curto e intermédio, e fá-lo suscitar a maior “revolução” que a Igreja teve em toda a sua existência, como que a dizer-nos que ninguém é demasiado velho para fazer coisas novas.
«Eu renovo todas as coisas.» Ap 21,5

Toma um homem novo forte, atlético e leva-o por um caminho de degradação física, resistindo, não deixando de servir nunca, com um esforço e sofrimento visível a todos, como que a dizer-nos que o homem é sempre homem, filho de Deus, amado por Deus, independentemente de toda a sua condição física ou mental, porque é vida de Deus, vida que pertence a Deus e que, por isso mesmo, só Deus pode iniciá-la e terminá-la no tempo próprio de Deus.
«Por isso, não desfalecemos, e mesmo se, em nós, o homem exterior vai caminhando para a ruína, o homem interior renova-se, dia após dia.» 2 Cor 4,16

Pega nalguns homens e mulheres, deixa-os viver provações sobre provações, incompreensões, tantas vezes provocadas pelos seus próprios pares em Igreja, reveste-os de humildade, fá-los resistir, enche-os de disponibilidade, para mostrar-nos que quem permanece em Deus, apesar dos homens, é sempre testemunha do amor de Deus.
«Permanecei em mim, que Eu permaneço em vós. … Quem permanece em mim e Eu nele, esse dá muito fruto, pois, sem mim, nada podeis fazer.» Jo 15, 4-5

E queixamo-nos, nós!
E pedimos nós sinais!
E procuramos nós outros “deuses”!
E deixamo-nos levar por relativismos, por “politicamente correctos”, por supostas consciências que nós próprios “fabricamos”.

Nunca, arrisco-me a dizer, desde o tempo em que Jesus Cristo esteve connosco, nascido da Virgem Maria, Deus nos falou de tantos modos, tão claramente e com tanta intensidade.
Somos uma geração abençoada!

«Quem tem ouvidos, ouça!»
«Quem tem olhos, veja!»
«Quem tem boca, fale!»
«Quem tem coração, ame!»

Deus está aqui, no meio de nós, em nós, e quer suscitar santos em cada um daqueles que n’Ele acredita e n’Ele quer permanecer.

Ele está disponível para nós. Estamos nós disponíveis para Ele?

Realmente, “nunca estivemos tão perto da santidade.”


Marinha Grande, 23 de Abril de 2014
Joaquim Mexia Alves