18 agosto, 2014

Papa Francisco, acabado de regressar da Coreia, foi rezar à basílica de Santa Maria Maior - Principais momentos da viagem


(RV) Logo que chegou a Roma, e ainda antes de regressar ao Vaticano, o Papa Francisco quis passar pela basílica de Santa Maria Maoir, para um momento de oração de ação de graças a Nossa Senhora pelo bom andamento da viagem, deixando aos pés do ícone de Maria, Salus populi romani, um ramo de flores. Também antes da partida, o Papa se tinha deslocado à mesma basílica para confiar à Virgem a viagem que estava para empreender.

Como previsto, o voo B 777 da Companhia Aérea Coreana aterrou no aeroporto de Ciampino alguns minutos antes das 18 horas desta segunda-feira, 18 de agosto, concluindo-se assim a terceira viagem internacional do Papa Francisco, a primeira ao continente asiático.
Durante este voo de regresso, como habitualmente, o Papa conversou com os jornalistas que viajavam no mesmo avião.

Esta viagem que o Papa Francisco realizou ao longo de cinco dias à Coreia do Sul foi marcada por apelos ao diálogo com todas e culturas e regimes políticos, bem como por encontros com jovens e a beatificação de 124 mártires. Estas figuras da primeira geração de católicos coreanos, mortos entre 1791 e 1888 por causa da sua fé, foram propostas pelo Papa como referências para as atuais comunidades cristãs no seu esforço de contribuir para promover a paz e os valores humanos no país e no continente asiático. A celebração da beatificação, no sábado, congregou umas 800 mil pessoas no centro de Seul, num banho de multidão em que o Papa condenou a "pobreza abjeta" na sociedade atual.

Nas suas várias intervenções ao longo da visita, o Santo Padre insistiu na necessidade de maior solidariedade e atenção aos pobres, sustentando que a ação da Igreja Católica junto dos pobres deve ir além da “assistência” e promover um verdadeiro “crescimento humano”. Do início ao fim da viagem, o Papa Francisco referiu-se diretamente à divisão da Coreia e apelou à oração pela “unidade” e pela estabilidade na península, que considerou vital para a paz em todo o globo.

No domingo, num encontro com os Bispos asiáticos, o Papa defendeu que a Igreja Católica deve ter uma atitude de “abertura” em relação a todas as culturas da Ásia e desejou maior “diálogo” na relação com países como a China e a Coreia do Norte (embora sem os citar directamente), onde os cristãos sofrem limitações na vivência da sua fé.

O naufrágio do ferry-boat Sewol, tema particularmente sensível na Coreia do Sul, mereceu vários gestos e palavras de Francisco, que no domingo batizou, em cerimónia privada, o pai de uma das vítimas do naufrágio. O Papa cumprimentou em três ocasiões vários familiares das vítimas e sobreviventes do acidente, que aconteceu a 16 de abril, provocando a morte de 304 pessoas, entre as quais 280 estudantes de um liceu.

Centenas de milhares de pessoas acompanharam Francisco e mostraram o seu entusiasmo pela presença do Papa, que repetiu vários sinais de proximidade, em particular junto de crianças e doentes. A viagem incluiu a passagem por um centro de recuperação para pessoas com deficiência na localidade coreana de Kkottongnae, onde depois Francisco parou em oração junto de um monumento dedicado às vítimas do aborto.

No referido encontro com os Bispos asiáticos o Papa desenvolveu uma reflexão particularmente centrada na Coreia, onde os católicos são 10,7% da população (na Ásia a percentagem é de 3,2%), o Papa advertiu que o anúncio da mensagem cristã apresenta “alguns desafios especiais” numa sociedade “próspera mas cada vez mais secularizada e materialista”. Na primeira Missa pública da viagem, na solenidade da Assunção, num estádio de Daejeon completamente lotado, deixou alertas contra o “cancro” do desespero, modelos económicos “desumanos” e o que Francisco denominou como “cultura da morte”. (15 de agosto é feriado nacional na Coreia, festa da libertação).

A VI Jornada da Juventude Asiática, motivo oficial desta viagem, juntou o Papa e milhares de participantes de 23 países, com uma mensagem de esperança no futuro da Igreja e na participação dos jovens numa nova sociedade. “O continente asiático, permeado de ricas tradições filosóficas e religiosas, continua a ser uma grande fronteira que espera o vosso testemunho de Cristo”, disse Francisco, ao encerrar esta iniciativa, ontem, domingo.

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