31 agosto, 2014

XXXVII Assembleia Nacional do RCC

 




 Marcelo Souza
(Missionário da Comunidade Mãe do Redentor - Rio de Janeiro)


1.º ENSINAMENTO



2.º ENSINAMENTO
 



REPOTAGEM FOTOGRÁFICA


Não cristãos "diluídos", sal que perdeu sabor: pediu Papa no Angelus, indicando caminho para o evitar: Evangelho, Eucaristia, oração

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(RV) O cristão está chamado a viver bem inserido no mundo, mas sem ser “mundano”. O risco é que o sal perca o seu sabor, que percamos a carga de novidade que nos vem do Senhor e do Espírito Santo. - Recordou-o Papa Francisco neste domingo ao meio-dia, na Praça de São Pedro, comentando o Evangelho da liturgia dominical, em que Jesus repreende severamente o Apóstolo por ele “pensar segundo os homens, não segundo Deus” e, portanto, sem dar por ela, estar da parte de satanás, o Tentador.

Também São Paulo, na segunda leitura, exorta os cristãos de Roma a “não se conformarem com este mundo, mas a deixarem-se transformar, renovando o seu modo de pensar, para poderem discernir a vontade de Deus”.

De facto, nós cristãos vivemos no mundo, plenamente inseridos na realidade social e cultural do nosso tempo, e é justo que assim seja; mas isto comporta o risco de nos tornarmos mundanos, o risco de que “o sal perca o seu sabor”… que o cristão se dilua, perca a carga de novidade que lhe vem do Senhor e do Espírito Santo.

Ora deveria ser o contrário – prosseguiu o Papa, observando que “quando nos cristãos permanece viva a força do Evangelho, essa pode transformar (como dizia Paulo VI) “os critérios de juízo, os valores determinantes, os pontos de interesse, as linhas de pensamento, as fontes inspiradoras, os modelos de vida” (Evangelii nuntiandi).

Portanto é necessário renovarmo-nos continuamente, alimentando-nos da linfa do Evangelho.

Mas como conseguir isso, na prática? – interrogou-se o Papa, sugerindo, antes de mais, a leitura e a meditação quotidiana do Evangelho, de tal modo que a palavra de Jesus esteja sempre presente na nossa vida…

E também a participação na Missa dominical, para uma pessoa se encontrar com o Senhor na comunidade, escutando a sua Palavra e recebendo a Eucaristia que nos une a Ele e entre nós. Muito importantes também – lembrou Francisco – dias de retiro e os exercícios espirituais…

Evangelho, Eucaristia, oração: é graças a estes dons do Senhor que nos podemos conformar, não ao mundo, mas a Cristo, seguindo-o no seu caminho, a via do perder a própria vida para a encontrar. Perdê-la no sentido de doá-la, oferecê-la por amor e no amor…

Doar assim a vida – concluiu o Papa – comporta o sacrifício, a cruz, para a receber novamente - purificada, libertada do egoísmo e da hipoteca da morte, plena de eternidade.

Nas saudações conclusivas, já depois da recitação do Angelus, o Papa recordou que nesta segunda-feira se celebra, em Itália, a Jornada para a protecção da natureza criada, tendo desta vez como tema “Educar para a defesa da criação, para a saúde das nossas aldeias e das nossas cidades”…

Faço votos de que reforce o empenho de todos – instituições, associações e cidadãos – para que se salvaguarda a vida e a saúde das pessoas, respeitando também o ambiente e a natureza.

O Santo Padre saudou os parlamentares católicos, reunidos – disse - no seu quinto Encontro Internacional, encorajando-os a viver o delicado papel de representantes do povo, em conformidade com os valores do Evangelho.

A concluir, o Papa pediu, como sempre, que se reze por ele e a todos desejou bom domingo e… bom almoço…

Papa Francisco telefonou a um padre do Iraque, que lhe tinha escrito uma comovente carta


(RV) O Papa Francisco telefonou a um sacerdote iraquiano, Padre Behnam Benoka, em resposta a uma dramática carta. O vice-diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Ciro Benedettini, informou que a ligação aconteceu logo depois de o Santo Padre regressar da sua Viagem à Coreia, na manhã do dia 19 de agosto. O sacerdote vive em Bartella, pequena cidade cristã perto de Mosul, no norte do Iraque.

No telefonema, o Santo Padre manifestou profunda comoção pela carta recebida do vice-reitor do Seminário católico de Ankawa. O Papa também expressou gratidão aos voluntários que trabalham nos campos de refugiados e deu pleno apoio, participação espiritual, solidariedade e proximidade aos cristãos perseguidos. E prometeu que continuará a fazer o melhor possível para proporcionar alívio aos seus sofrimentos.

O telefonema concluiu com a bênção apostólica do Papa ao sacerdote e à sua comunidade iraquiana, pedindo ao Senhor que lhes dê o dom da perseverança na fé.

A carta do sacerdote intitulava-se “Uma carta de lágrimas". No texto, o sacerdote explicou ao Santo Padre a trágica situação de centenas de milhares de cristãos: "Santidade, a situação das suas ovelhas é terrível. Morrem e têm fome. Os seus filhos têm medo e não aguentam mais. Nós, padres, religiosos e religiosas, somos poucos e tememos não conseguir responder às exigências físicas e psíquicas dos filhos deles, que também são nossos".

O sacerdote expressou ainda os seus receios e pediu bênçãos: "Escrevo com lágrimas, porque estamos num vale escuro no meio de uma grande alcateia de lobos ferozes. Santidade, tenho medo de perder os seus filhinhos, em especial os recém-nascidos que, a cada dia, se cansam e se debilitam mais; temo que a morte leve alguns deles. Mande-nos a sua bênção para termos a força de seguir em frente e, quem sabe, resistir ainda mais

30 agosto, 2014

Papa recebeu padre Jorge Hernandez, pároco de Gaza - A entrevista da RV

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(RV) Nesta sexta-feira, o Papa Francisco recebeu, na Casa de Santa Marta, do Vaticano, o padre Jorge Hernández, pároco católico em Gaza. Interpelado por Alessandro Gisotti, padre Hernandez mostrou-se impressionado pela "força" e "coragem" transmitidas pelo Papa, assim como pela preocupação com que acompanha a conjuntura em que se encontra a minoria cristã em Gaza, e o seu "empenho" pela paz na Terra Santa.

- Alguma palavra do Papa Francisco o tocou em particular neste encontro?

Justamente sobre o testemunho cristão. Ele disse: ‘o Evangelho exige sacrifícios que Jesus Cristo pede a cada um de nós, em diversos locais. A vocês é testemunhar Jesus Cristo ali, na terra que o viu sofrer, que o viu morrer e que também o viu ressuscitar. Portanto, força, coragem, em frente!’ - foram estas as palavras do Papa Francisco que nos tocaram profundamente.

- Portanto, sobretudo uma palavra de encorajamento a manter este testemunho forte nesta terra assim martirizada pelo sofrimento….

Sim, sobretudo na vida vivida no sofrimento. O Papa Francisco tem consciência de que nós somos minoria: falamos de 1.300 cristãos entre dois milhões de habitantes, dos quais apenas 136 são católicos. Assim, a nossa paróquia compreende 136 fiéis. Evidentemente, as nossas relações com os ortodoxos são absolutamente boas: nós não fazemos diferença, mas isto já é sabido. E seguimos em frente assim.

- Claramente, o Papa Francisco deu tudo de si pela paz na Terra Santa, com a sua viagem, e também a imagem muito forte no Muro de Belém e após o encontro de paz aqui, a poucos metros, nos Jardins do Vaticano. Como é percebido, também pelos não-cristãos, este esforço de Francisco?

É um compromisso de vida, um compromisso existencial e concreto, de dizer que a paz é possível, que todos os dois povos podem viver em paz, testemunhando sobretudo o Príncipe da Paz, que é Jesus Cristo. Os frutos da peregrinação do Papa nós vemos já agora e os veremos mais adiante: o facto de ter conquistado os corações das pessoas, de ter deixado uma palavra boa para todos, os dois Estados, foi para todos nós uma graça imensa.

- Agora há uma trégua, após tantos mortos, após tanta violência. Qual a esperança em relação a esta trégua? O que a população, os fiéis da paróquia, esperam dela?

Esperamos que seja duradoura, longa, que seja para sempre. Basta ver o sofrimento dos dois povos.... e é necessário entender uma coisa, que absolutamente é necessário entender: numa guerra, ninguém vence. Ninguém. Cada uma das duas partes deverá pagar as consequências, de um modo ou de outro... Porém, fundamentalmente, com a guerra ninguém ganha: todos a perdemos. Esperemos que Deus nos abençoe com a força necessária para recomeçar de zero.
- Que apelo quer fazer aos ouvintes da Rádio Vaticano, a favor da sua população, da sua terra?

Sobretudo, procurar construir a paz na justiça. A paz é possível, a paz requer sacrifícios, requer o testemunho de um e de outro e o reconhecimento do próximo. Mas é possível. Sobretudo para os cristãos, não é verdade? Nós somos cristãos, somos seguidores do Príncipe da paz, na terra de Jesus Cristo: pensemos em Israel, pensemos na Palestina... Portanto, sermos fortes e firmes no testemunho que Jesus nos pede, que quer que o demos ali: quer em Israel quer na Palestina.
Gostaria de acrescentar uma palavra de agradecimento: não sei como agradecer a tantas pessoas da Itália, de todo o mundo, que estiveram próximas de nós. Sobretudo os doentes, que ofereceram os seus sofrimentos, rezando e suplicando por esta paz. Nós, todos os cristãos das paróquias de Gaza, também rezamos pelas pessoas que rezam por nós, quer na Missa, que com o terço, quer na Adoração Eucarística... Queria aproveitar para dizer obrigado. E que Deus os abençoe.
O padre Jorge Hernández - que tal como o Papa tem nacionalidade argentina - está ligado ao Instituto do Verbo Incarnado e tem acompanhado diariamente o drama a que estão sujeitas as comunidades católicas da Paróquia da Sagrada Família, no bairro de Al-Zeitun, na cidade de Gaza.
Recorde-se que já em julho, o Papa Francisco escrevera ao padre Jorge Hernández, transmitindo o seu “encorajamento” e assegurando a sua oração por todos os elementos da comunidade cristã de Gaza.

29 agosto, 2014

Cardeal Vegliò sobre Iraque, após encontro com Papa: comunidade internacional pouco faz

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(RV) O Cardeal António Maria Vegliò, Presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes foi recebido esta quinta-feira pelo Papa Francisco. No centro do encontro o drama da população iraquiana que está em fuga da violência dos jihadistas do proclamado Estado Islâmico. O nosso colega do programa italiano da Rádio Vaticano Sérgio Centofanti falou com o Cardeal Vegliò:

"Eu chamo-lhes desalojados e refugiados, porque fogem, porque se ficam nos seus lugares de origem, morrem. Ora, diante destas pessoas não consigo entender como se possa dizer – como foi dito: "Mandemo-los de volta para os seus países". Alguém que raciocina pode dizer a quem fugiu do seu país no qual teria sido morto, "volte para seu país?" Creio que falte não somente o sentido de humanidade, mas também a inteligência: sinto muito ter que dizer isso... Alem disso, trata-se de gente que sofre: deixa tudo e vai embora... E não somente no Iraque. Agora o Iraque é a ponta do iceberg, porque ali se encontra a situação mais assustadora: há assassinatos, tragédias com as maneiras bárbaras que bem sabemos, que vimos... Esse povo precisa não somente de oração: a oração é importante, mas não basta; precisa de ajuda, precisa que a comunidade internacional assuma isso. De que modo? O Papa disse-o no avião, de volta da Coreia: "É preciso parar essa gente". Como? Bem é a comunidade internacional que deve avaliar os meios. Não pode fazer de conta que não é nada. Justamente, o Papa disse: "Não podemos fechar os olhos, não podemos fazer de conta que nada acontece", porque seria a mesma coisa de quando Hitler matava os judeus e depois muitos disseram: Ah, não, não sabíamos de nada!: tudo hipocrisia! É preciso fazer algo!”

"A comunidade internacional faz muito pouco: ou seja, a ONU e também um pouco a Europa que está mais próxima desses países, também geograficamente falando. A meu ver, a Europa deveria ter um pouco mais de sensibilidade. Infelizmente, na Europa temos muitos problemas, razão pela qual egoisticamente falando pensa em si mesmo e pouco nos outros. Porém, se pensamos em nossos problemas – digo 'nossos' como italiano – que são graves, como se sabe, porque a economia vai mal, o trabalho falta para muitos, porém, são sempre problemas relativamente menores do que os desse pobre povo iraquiano que foge para não ser degolado..." (RS)

27 agosto, 2014

A Igreja é una e santa – o Papa na audiência geral alertou para o pecado grave da divisão

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(RV) A Igreja é una e santa – foi este o tema da catequese do Papa Francisco na audiência geral desta quarta-feira dia 27 de agosto:

“É una porque tem a sua origem em Deus Trindade, mistério de unidade e comunhão plena. A Igreja é pois santa, fundada em Jesus Cristo, animada pelo seu Espírito Santo, repleta pelo seu amor e pela sua salvação. Ao mesmo tempo, contudo, é composta por pecadores, que fazem experiência em cada dia das próprias fragilidades e das próprias misérias.”

A unidade e santidade não são obra nossa mas provêm de Deus – afirmou o Santo Padre. Na verdade, Jesus, quando estava para oferecer a sua vida por nós, rezou ao Pai pela unidade da Igreja, pedindo que todos os seus discípulos vivessem unidos com a Santíssima Trindade e uns com os outros.

“É aquilo que somos chamados continuamente a reler e meditar, numa das páginas mais intensas e comoventes do Evangelho de João, o capítulo dezassete. Como é belo saber que o Senhor, antes de morrer, não se preocupou consigo próprio, mas pensou em nós!”

Dos crentes da Igreja primitiva diz-se que formavam «um só coração e uma só alma» - recordou o Papa Francisco – e S. Paulo não se cansa de lembrar aos fiéis das suas comunidades que são todos «um só corpo».
Entretanto a experiência mostra-nos que há tantos pecados contra a unidade – continuou o Santo Padre:

“E não pensemos apenas nas heresias ou nos cismas, mas em faltas muito mais comuns, nos pecados “paroquiais”: com efeito, as nossas paróquias, chamadas a ser lugares de partilha e comunhão, infelizmente aparecem marcadas por invejas, ciúmes, antipatias. É verdade que isso é humano, mas não é cristão!”

O Papa Francisco recordou neste momento as divisões entre os cristãos e afirmou que a divisão é um dos pecados mais graves numa comunidade cristã, porque torna-a sinal, não da obra de Deus, mas da obra do diabo.

“Numa comunidade cristã, a divisão é um dos pecados mais graves, porque torna-a sinal não da obra de Deus, mas do diabo o qual é, por definição, aquele que divide, arruína as relações, insinua preconceitos…”

Desta forma, o Santo Padre afirmou que Deus, pelo contrário, quer que cresçamos na capacidade de nos acolhermos, perdoarmos e amarmos, para nos parecermos cada vez mais com Ele que é comunhão e amor. O Papa Francisco terminou a sua catequese formulando uma prece:

“Peçamos sinceramente perdão por todas as vezes em que fomos ocasião de incompreensão no interior das nossas comunidades, conscientes de que não se alcança a comunhão senão através da uma contínua conversão.”

O Papa Francisco saudou também os peregrinos de língua portuguesa presentes nesta audiência:

“Saúdo cordialmente os peregrinos de língua portuguesa, de modo especial os grupos brasileiros de Porto Alegre e de Santo André, que aqui vieram movidos pelo desejo de afirmar e consolidar a sua fé e adesão a Jesus Cristo: o Senhor vos encha de alegria e ilumine as decisões da vossa vida, para realizardes fielmente a vontade do Pai celeste a vosso respeito. Rezai por mim. Não vos faltará a minha oração e a Bênção de Deus.”

O Papa Francisco a todos deu a sua bênção! (RS)

SENHOR, TU ÉS A MINHA ALEGRIA!

 
 
Inclino-me perante Ti,
deixo que as minhas pernas se dobrem,
caio de joelhos,
e …
sorrio!

Sorrio,
porque sinto a Tua presença,
porque sinto o Teu olhar,
porque ouço a Tua voz,
como um calmo rio,
que se espraia,
enchendo todo o meu mar.

Abro-me todo a Ti,
deixo que me preenchas,
todo eu sou mar aberto,
a receber a Tua água,
a água que purifica,
que me acalma o deserto,
e que em tudo o vivifica.

Já não sorrio,
mas rio,
abandono-me ao Teu existir,
que faz da minha longa noite,
o meu mais brilhante dia,
e grito bem alto,
para que todos possam ouvir:
Senhor,
Tu és a minha alegria!


Joaquim Mexia Alves
Monte Real, 27 de Agosto de 2014

25 agosto, 2014

Saudação do Papa ao Sínodo das Igrejas Metodistas e Valdeses


(RV) Decorre nos arredores de Turim, a partir de 24 a e ao longo desta semana, o Sínodo das Igrejas Metodistas e Valdeses (em Itália).

Num telegrama do Secretário de Estado, cardeal Pietro Parolim, o Papa Francisco enviou aos participantes a sua “saudação fraterna”, assegurando a sua “proximidade espiritual. Francisco – afirma o texto, lido na sessão preliminar do Sínodo – “reza ao Senhor para que conceda a todos os cristãos a graça de progredirem no caminho da plena comunhão, para testemunharem o Senhor Jesus Cristo e oferecerem a luz e a força do Evangelho aos homens e às mulheres do nosso tempo”.

A agenda de trabalhos deste Sínodo das Igrejas Metodistas e Valdeses inclui: “formação juvenil e interculturalidade; ser Igreja juntos; ecumenismo e liberdade religiosa em Itália”. Falar-se-á também dos preparativos para as celebrações dos 500 anos da Reforma, em 2017.

24 agosto, 2014

Ao Angelus, Papa fala da fé "fiável" de Pedro, convida todos a rever a genuidade da própria fé em Cristo e recorda com preocupação a Ucrânia

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(RV) Cada cristão, cada baptizado, está chamado a oferecer a Jesus a sua própria fé, sincera, para que Ele possa construir a sua Igreja – sublinhou o Papa Francisco neste domingo, ao meio-dia, na Praça de São Pedro, por ocasião do Angelus com milhares de romanos e peregrinos. O Papa recordou que neste dia os ucranianos celebram a sua festa nacional, fazendo votos de que se supere no país a situação de tensão e conflito que tantos sofrimentos tem provocado na população.

Na sua alocução, Papa Francisco comentou o Evangelho deste domingo (Mateus 16), em que Simão, em nome dos Doze, professa a sua fé em Jesus como “o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Considerando “feliz” por esta sua fé, reconhecendo nela um dom do Pai, Jesus atribui-lhe um novo nome – Pedro (Kefa), Rocha. Palavra que a Bíblia referia a Deus. Jesus aplica-a a Simão, não pelas suas qualidades ou méritos humanos, mas sim pela sua fé genuína e firme, que lhe vem do alto.

Jesus – observou o Papa – sente uma grande alegria, porque reconhece em Simão a mão do Pai, a ação do Espírito Santo.

Reconhece que Deus Pai deu a Simão uma fé fiável, sobre a qual Ele, Jesus, poderá construir a sua Igreja, isto é, a sua comunidade.
Para iniciar a sua Igreja, Jesus tem necessidade de encontrar nos discípulos uma fé sólida, fiável.

“O Senhor tem em mente a imagem da construção, a imagem da comunidade como um edifício. É por isso que, quando sente a profissão de fé nítida de Simão, o chama rocha, e exprime a intenção de construir a Igreja sobre esta fé”:.


O que aconteceu de modo único em São Pedro, acontece também em cada cristão que matura uma fé sincera em Jesus o Cristo, o Filho do Deus vivo.

O Evangelho de hoje interpela também cada um de nós.
Se o Senhor encontrar no nosso coração uma fé – não digo perfeita, mas sincera, genuína, então Ele vê também em nós pedras vivas com as quais construir a sua comunidade.
A pedra fundamental desta comunidade é Cristo, pedra angular e única.

Pela sua parte, Pedro é pedra, enquanto fundamento visível da unidade da Igreja – observou ainda o Papa, sublinhando que “cada baptizado está chamado a oferecer a Jesus a própria fé, pobre mas sincera, para que Ele possa continuar a construir a sua Igreja, hoje, em cada parte do mundo.


E o Papa concluiu a sua alocução, antes da reza do Angelus, convidando todos os presentes na Praça de São Pedro a professarem a sua fé em Cristo, Filho do Deus vivo”… com ele repetindo, três vezes, as palavras de Pedro…


Foi depois da recitação das Ave Marias que Papa Francisco dirigiu o seu pensamento (disse) “à amada terra da Ucrânia” (onde se celebra hoje a festa nacional), “a todos os seus filhos e filhas, às sua aspirações de paz e serenidade, ameaçados por uma situação de tensão e de conflito que tarda a placar-se, gerando tanto sofrimento entre a população civil.”

Confiemos ao Senhor Jesus e a Nossa Senhora toda a Nação e rezemos unidos sobretudo pelas vítimas, suas famílias e todos os que sofrem.


Nas saudações finais aos diversos grupos de peregrinos presentes, o Papa exortou a que, tornando a suas casas, tratem de testemunhar a própria fé cristã. Como sempre pediu que rezem por ele e a todos desejou um bom domingo e bom almoço…

22 agosto, 2014

O Santo Padre recebe Card. Filoni após o seu regresso do Iraque


(RV) O Papa Francisco encontrou na manhã desta quinta-feira, 21, o Cardeal Fernando Filoni, que regressou do Iraque nesta quarta-feira. O purpurado permaneceu uma semana no país para levar a solidariedade concreta do Papa aos refugiados iraquianos, expulsos de suas casas pela violência jihadista. Eis o que o Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos falou aos microfones da Rádio Vaticano sobre o encontro:

“Foi muito bonito, pois o Papa quis acolher-me logo após o meu regresso - o que demonstra a sua sensibilidade – para saber diretamente de mim aquilo que vi e aquilo que senti após ter visitado os nossos cristãos, os yazidi, nesta semana em que estive no Iraque. Portanto, ele estava muito atento. O Papa preferiu a escuta; deixou-me falar longamente e obviamente sentiu toda a situação da qual lhe falei: as expectativas dos nossos cristãos, as preocupações e aquelas que são um pouco a linha da Igreja. Acolheu com prazer as linhas que foram adoptadas por parte da Igreja local. Posso dizer que o encontro foi bonito; o Santo Padre estava muito atento e participativo em tudo aquilo que lhe falei”.
O senhor Cardeal esteve entre estas minorias, entre os cristãos e também entre os yazidi. O problema hoje está em como ajudar estes refugiados, como deter a agressão....

No entanto, acredito que todos já estejam conscientes da urgência imediata em abrigar estas famílias desabrigadas. Acredito que todos já puderam ver a situação em que vivem: onde quer que exista um gramado, um quarto, um local colocado à disposição deles, está ocupado; tudo isto tendo naturalmente presente que é o período mais quente de todo o ano – com 47-48º C – a importância dos abrigos, a necessidade de ter água, a necessidade de lavar-se, de estar um pouco à sombra. São coisas de se ter absolutamente em modo imediato para favorecer estas pessoas, sobretudo as crianças, os anciãos, os doentes. Favorecer estas pessoas, oferecer um abrigo. Depois, todos se perguntam por quanto tempo vai durar esta situação, o que se espera no futuro. E sobre isto, obviamente, temos as esperanças, mas depois devemos ver as coisas dentro da realidade. Certo, os nossos cristãos, muitos dos quais desejariam regressar, aspiram que haja um cinturão de segurança ao redor dos povoados, pedem que seja internacional, para garantir a retomada de uma vida normal”.
Agora a crise iraquiana parece ter dado uma reviravolta depois do bárbaro assassinato do jornalista americano, que provocou horror em todo o mundo. Como vê esta situação?

Permaneço um pouco com os pés no chão, pois enquanto os povoados estiverem ocupados, as pessoas não têm confiança, não começam a regressar, a reocupar as próprias casas, as próprias coisas e atividades, e podemos somente fazer suposições. Assim, se existe um início, esperemos que se concretize; esperemos que esta certeza retorne e que este cinturão de segurança seja garantido a eles. Somente então a questão estará efectivamente num bom ponto”.
A sua missão foi uma missão delicada, difícil, também cansativa. Um balanço desta viagem...

Diria que a minha missão foi, sobretudo, e antes de tudo – para não dizer exclusivamente – do tipo humanitário. Portanto, sob este ponto de vista, não existiram questões políticas ou de outro tipo que entraram no âmbito da minha missão. Estou contente em ter podido realizar esta missão humanitária, pois para mim foi um retorno a esta terra que conheço e que amo há tanto tempo, rever ainda tantas pessoas que estão comprometidas em atividades de ajuda e depois dar também uma palavra de esperança, de confiança, de encorajamento. Eles tinham necessidade de serem ouvidos. Portanto, escutá-los, foi muito útil para conhecer as suas aspirações; mas foi útil também porque para eles foi como um desabafo: “Quem escuta as nossas preocupações? Quem as ouve? Portanto, poder divulgá-las, fazê-las conhecer, é também um modo de dizer a estes nossos irmãos e irmãs: “Não é que vós não sois escutados, vós estais sempre no centro das nossas atenções”. Para mim, portanto, foi um momento muito bonito também espiritualmente, pois estar ao lado do sofrimento de tantos irmãos e irmãs ajuda a não ver estes problemas de longe, como se fossem coisas que não nos dissessem respeito. E portanto, ser participantes. Devo dizer que nisto fui retribuído com muito afecto, com tanta generosidade, com o sorriso de tantas crianças, com a gentileza de tantos homens e mulheres que vinham para receber um carinho, que vinham beijar a mão, o anel, receber uma bênção, pedir uma oração... isto foi realmente muito bonito e emocionante”.
Se fala de 120 – 130 mil refugiados. Nós falamos de números, o senhor Cardeal viu faces...

“As imagens mais vivas, certamente, são aquelas relativas às pessoas que perderam tudo, mas diria ainda mais: quem perdeu tudo, mas teve a vida salva e portanto não teve danos em relação a parentes e amigos é já – como se pode dizer – uma sorte. Mas quando se encontram homens, mulheres, crianças, idosos, sobretudo junto à crianças, e algumas mulheres que tiveram vítimas – falo de modo particular da comunidade dos yazidi, onde homens foram mortos e mulheres raptadas, violentadas, vendidas – isto naturalmente é angustiante. As suas faces eram de pessoas que tinham um olhar perdido no vazio, perdido em um futuro que não tem como ser compreensível. Pensemos, por exemplo, que uma mulher no Médio Oriente sempre tem a necessidade da presença de um homem – de um pai, de um irmão, de um esposo – que seja quase como que a garantia da sua vida segundo a cultura. Ora, quem não tem mais um pessoa – um homem – que possa cuidar dela, qual será o futuro? Não é como no Ocidente, onde uma mulher pode construir a sua vida com as próprias capacidades e com as próprias forças. Assim isto se torna muito, muito penoso; o olhar destas mulheres sentadas, agachadas, privadas de expressão, era muito impressionante”.
A este ponto, quais são as suas esperanças concretas?

As minhas esperanças concretas partilho-as com as esperanças destas pessoas. Se nós conseguirmos dar a eles uma segurança pare regressar, esta esperança é também a minha”.

21 agosto, 2014

"Já não escravos, mas irmãos" - Mensagem do Papa Francisco para o 48º Dia Mundial da Paz, 1 janeiro 2015


(RV) “Não mais escravos, mas irmãos”: este é o título da Mensagem para o 48º Dia Mundial da Paz, a segunda do Papa Francisco. Geralmente pensa-se que a escravatura é um facto do passado. Na verdade, esta praga social continua muito presente no mundo de hoje.
A Mensagem para o 1º de Janeiro passado era dedicada à fraternidade: “Fraternidade, fundamento e caminho para a paz”. De facto, uma vez que todos são filhos de Deus, os seres humanos são irmãos e irmãs com uma igual dignidade. A escravatura representa um golpe de morte para uma tal fraternidade universal e, por conseguinte, para a paz. Na verdade, a paz existe quando o ser humano reconhece no outro um irmão ou irmã com a mesma dignidade.
Persistem no mundo múltiplas formas abomináveis de escravatura: o tráfico de seres humanos, o comércio dos migrantes e da prostituição, o trabalho-escravo, a exploração do ser humano por outro ser humano, a mentalidade esclavagista para com as mulheres e as crianças. Há indivíduos e grupos que se aproveitam vergonhosamente desta escravatura, tirando partido dos muitos conflitos desencadeados no mundo, do contexto de crise económica e da corrupção.
A escravatura é uma terrível ferida aberta no corpo da sociedade contemporânea, é uma chaga gravíssima na carne de Cristo! Para a combater eficazmente, há que reconhecer acima de tudo a inviolável dignidade de cada pessoa. Além disso, importa ancorar firmemente esse reconhecimento na fraternidade, que exige a superação de todas as desigualdades, as quais permitem que uma pessoa escravize outra.
É-nos ainda pedido que o nosso agir seja próximo e gratuito para promover a libertação e inclusão para todos. O objectivo a alcançar é a construção de uma civilização fundada sobre a igual dignidade de todos os seres humanos, sem qualquer discriminação. Para isso, é necessário o compromisso da informação, da educação, da cultura em favor de uma sociedade renovada e que se assinale pela liberdade, pela justiça e, logo, pela paz.
O Dia Mundial da Paz resultou da vontade de Paulo VI e é celebrado todos os anos no primeiro dia de Janeiro. A Mensagem do Papa é enviada aos Ministros dos Negócios Estrangeiros de todo o mundo e indica também a linha diplomática da Santa Sé para o ano que se inicia.

20 agosto, 2014

Benção do jazigo e transladação de ossadas na Igreja de Ota



Foi efetuada a transladação das ossadas recolhidas durante as escavações arqueológicas na Igreja de Ota.

As referidas ossadas foram depositadas num jazigo construido no local da nova Capela Baptismal, desta Igreja.

A transladação ocorreu durante uma celebração litúrgica própria para a benção do jazigo e oração pelos defuntos (das ossadas).