30 abril, 2013

O papa a dom Rino Fisichella: "Diga aos membros da Renovação Carismática que eu os amo muito"

Mensagem pessoal do papa Francisco ao presidente do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, que participa na convenção nacional italiana do movimento 


Roma, 29 de Abril de 2013 
Dom Rino Fisichella, presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, presidiu ontem a missa que encerrou o segundo dia da 36ª Assembleia Nacional italiana da Renovação Carismática, em Rimini.

Antes da missa, Fisichella transmitiu uma mensagem inesperada, que, literalmente, fez explodir de alegria os quinze mil presentes. Após o sinal da cruz, ele dirigiu a todos a saudação afetuosa do papa Francisco. "Antes de começar esta celebração, eu trago a vocês uma saudação. Esta manhã, antes de sair, eu encontrei o papa Francisco e lhe disse: Santo Padre, vou a Rimini, onde estão reunidos milhares e milhares de fiéis da Renovação Carismática, homens, mulheres, jovens. O papa, com um grande sorriso, me disse: Diga a eles que eu os amo muito. E como se não bastasse, antes de se despedir ele acrescentou: Escute, diga a eles que eu os amo muito porque na Argentina eu era o responsável. E por isso eu os amo muito".

Em sua homilia, Fisichella dedicou palavras de afeto aos participantes do grande encontro, agradecendo-lhes "pela grande obra de nova evangelização que já estão realizando há um longo tempo", mas que "se abre diante do esforço de todos através do Plano Nacional para a Nova Evangelização, que passa a ser a bússola para trabalhar e agir no coração da Igreja".

Em sua pregação breve e concreta, dom Rino focou em seguida no "trabalho" da nova evangelização e na figura de Jesus como "o mestre que nos acompanha e que não nos abandona, num mundo em que tantas vezes o cristão tem que andar na contramão".

Ele também lembrou que Jesus é a "revelação que indica o caminho que Deus sempre planejou para nós". E acrescentou: “A pergunta de Tomás é a nossa pergunta: Senhor, Tu és o caminho, mas como podemos conhecê-lo?".

"O segredo da nossa existência, a realização plena da felicidade, vem quando aceitamos o plano de Deus para nós e o colocamos em prática. Mas nem sempre o que o coração entende chega a uma realização plena e concreta".

Uma "realização", enfatizou o bispo, que só se encontra em Cristo, que nunca nos deixa sozinhos: "Ele é a via para sabermos quem somos, de onde viemos e para onde vamos. Ele nos mostra o objetivo". A nova evangelização, portanto, "nos chama a fazer da fé a nossa certeza, a construir a vida em Jesus Cristo".

O testemunho, por isso, disse o presidente do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, "não pode negligenciar a proclamação da esperança da ressurreição, que contrasta com a tendência da cultura da morte, na qual a falta de Deus remove toda perspectiva e direção futura. Temos que nos tornar peregrinos: o objetivo é Ele, Jesus. É com este objetivo que temos que nos reunir".

(29 de Abril de 2013) © Innovative Media Inc.

29 abril, 2013

PORQUÊ PEDIR O ESPÍRITO SANTO?

 
 
 
Porquê pedir o Espírito Santo, hoje e sempre?
 
Todos nós que somos baptizados recebemos o Espírito Santo pelo Baptismo, (tornámo-nos templos do Espírito Santo), pelo Crisma, e obviamente em cada celebração de um sacramento em que participamos, celebrando, recebemos também e sempre o mesmo Espírito de Deus que constantemente se derrama na/em Igreja.
 
Porquê então pedi-Lo novamente, todos os dias das nossas vidas?
 
Em determinado momento da minha vida trabalhei em duas fábricas, uma de tubo de aço e outra de chapa de zinco.
Em ambas as fábricas existia aquilo a que chamávamos tinas de galvanização.
Que me perdoem a explicação os experts na matéria, (e a falta de memória, já lá vão mais de trinta anos), as tinas de galvanização continham zinco em estado líquido, porque eram aquecidas por uma fonte de calor, que mantinha esse zinco nesse estado líquido.
Quando eram utilizadas, aumentava-se a temperatura, para que o zinco ficasse no estado ideal de poder ser utilizado.
Então, os tubos e chapas eram mergulhados nessas tinas, e, revestidos desse zinco líquido eram retirados e colocados a “secar”, digamos assim.
Obviamente, o aspecto desses tubos e chapas melhorava imenso, pois tornavam-se mais brilhantes, reflectindo a luz que neles incidisse, e, mais ainda, protegia-os da corrosão, da ferrugem, dos elementos exteriores que podiam alterar a sua “essência” e a missão para que tinham sido realizados.
 
Ora nós cristãos, alguns de nós ou muitos de nós, somos um pouco assim como essas tinas de galvanização.
 
Pelo Baptismo recebemos o Espírito Santo e Ele está em nós, mas está muitas vezes como esse zinco liquido nas tinas de galvanização, “inerte”, não sendo utilizado.
Somos cristãos, temos o Espírito Santo, mas Ele não actua em nós, nada transforma, nada converte, sobretudo porque d’Ele muitas vezes não temos consciência e não a tendo, não O deixamos actuar nas nossas vidas.
Assim somos cristãos cinzentos, sem brilho, e nem reflectimos a luz que nos vem de Deus para sermos testemunhas da Luz.
Mais do que isso, não tomando consciência do Espírito Santo em nós, não O deixando actuar em nós, estamos desprotegidos perante as ameaças do mundo, (as tentações, os vícios, os rancores e ressentimentos, etc.), e por isso mesmo nos deixamos corromper, vivendo em pecado, e ao vivermos em pecado não cumprimos a missão que Ele nos deixou, perdendo-nos no mundo e muitas vezes fazendo perder aqueles que nos rodeiam.
Temos o Espírito Santo em nós, mas ninguém O vê, porque d’Ele não damos testemunho, porque não deixamos que Ele nos converta, nos transforme e nos guie.
 
Então este pedir o Espírito Santo todos os dias, (dado que já está em nós desde o Baptismo), é afinal pedir que Ele actue em nós, que Ele nos encha por completo, que Ele nos mostre o caminho, que Ele nos ilumine na Palavra, que Ele nos faça ver com os olhos da fé, (meu Senhor e meu Deus!), que Ele nos converta e conduza, que Ele nos santifique, não apenas para nossa salvação, mas também para que sejamos testemunhas da Boa Nova e assim possamos ser “ocasião” para salvação de outros.
 
Então, para O recebermos, ou melhor, para que Ele seja presença viva nas nossas vidas, precisamos de nos abrir a Ele, porque abrindo-nos a Ele, abrimo-nos ao próprio Deus, e abrir-nos a Deus é abrir-nos ao amor, à conversão, à mudança de vida, é queremos fazer em tudo e sempre a vontade de Deus.
 
Então, tudo se transforma, porque é Ele que ora em nós, é Ele que lê e medita connosco a Palavra de Deus, é Ele que nos abre o entendimento para que possamos reconhecer Jesus ao “partir do Pão”, é Ele que dando-nos esse reconhecimento nos leva a amar como Ele nos amou, fazendo assim de nós filhos de Deus reunidos e chamados a construir a Igreja.
 
E, afinal, pedir o Espírito Santo é fazer já a vontade de Deus, porque só Ele sabe o que nós precisamos e o que é melhor para nós.
 
«Digo-vos, pois: Pedi e ser-vos-á dado; procurai e achareis; batei e abrir-se-vos-á; porque todo aquele que pede, recebe; quem procura, encontra, e ao que bate, abrir-se-á.
Qual o pai de entre vós que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, se lhe pedir um peixe, lhe dará uma serpente? Ou, se lhe pedir um ovo, lhe dará um escorpião?
Pois se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que lho pedem!» Lc 11, 9-13
 
 
Vem Espírito Santo,
faz-me dócil às tuas moções, renova-me em cada momento, ora em mim, abre o meu entendimento à Palavra de Deus, faz-me reconhecer Deus nos Sacramentos, na Igreja, em cada irmã e em cada irmão, faz em mim e de mim a tua vontade, para que eu seja nada e Tu, Espírito Santo de Deus, sejas tudo em mim, em cada momento da vida que me dás.
Amen.
 
 
Monte Real 29 de Abril de 2013
Joaquim Mexia Alves

28 abril, 2013

HOMILIA DO SANTO PADRE FRANCISCO

SANTA MISSA E CRISMA

Praça de São Pedro


V Domingo de Páscoa, 28 de Abril de 2013


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Amados irmãos e irmãs!
Queridos crismandos! Bem-vindos!

Gostaria de vos propor três pensamentos, simples e breves, para a vossa reflexão.

1.Na Segunda Leitura, ouvimos a estupenda visão de São João: um novo céu e uma nova terra e, em seguida, a Cidade Santa que desce de junto de Deus. Tudo é novo, transformado em bondade, em beleza, em verdade; não há mais lamento, nem luto... Tal é a acção do Espírito Santo: Ele traz-nos a novidade de Deus; vem a nós e faz novas todas as coisas, transforma-nos. O Espírito transforma-nos! E a visão de São João lembra-nos que todos nós estamos a caminho para a Jerusalém celeste, a novidade definitiva para nós e para toda a realidade, o dia feliz em que poderemos ver o rosto do Senhor – aquele rosto maravilhoso, tão belo do Senhor Jesus –, poderemos estar para sempre com Ele, no seu amor.

Olhai! A novidade de Deus não é como as inovações do mundo, que são todas provisórias, passam e procuram-se outras sem cessar. A novidade que Deus dá à nossa vida é definitiva; e não apenas no futuro quando estivermos com Ele, mas já hoje: Deus está a fazer novas todas as coisas, o Espírito Santo transforma-nos verdadeiramente e, através de nós, quer transformar também o mundo onde vivemos. Abramos a porta ao Espírito, façamo-nos guiar por Ele, deixemos que a acção contínua de Deus nos torne homens e mulheres novos, animados pelo amor de Deus, que o Espírito Santo nos dá. Como seria belo se cada um de vós pudesse, ao fim do dia, dizer: Hoje na escola, em casa, no trabalho, guiado por Deus, realizei um gesto de amor por um colega meu, pelos meus pais, por um idoso. Como seria belo!

2. O segundo pensamento: na Primeira Leitura, Paulo e Barnabé afirmam que «temos de sofrer muitas tribulações para entrarmos no Reino de Deus» (Act 14, 22). O caminho da Igreja e também o nosso caminho pessoal de cristãos não são sempre fáceis, encontramos dificuldades, tribulações. Seguir o Senhor, deixar que o seu Espírito transforme as nossas zonas sombrias, os nossos comportamentos em desacordo com Deus e lave os nossos pecados, é um caminho que encontra muitos obstáculos fora de nós, no mundo, e dentro de nós, no coração. Mas, as dificuldades, as tribulações fazem parte da estrada para chegar à glória de Deus, como sucedeu com Jesus que foi glorificado na Cruz; aquelas sempre as encontraremos na vida. Não desanimeis! Para vencer estas tribulações, temos a força do Espírito Santo.

3. E passo ao último ponto. É um convite que dirijo a todos, mas especialmente a vós, crismandos e crismandas: permanecei firmes no caminho da fé, com segura esperança no Senhor. Aqui está o segredo do nosso caminho. Ele dá-nos a coragem de ir contra a corrente. Sim, jovens; ouvistes bem: ir contra a corrente. Isto fortalece o coração, já que ir contra a corrente requer coragem e Ele dá-nos esta coragem. Não há dificuldades, tribulações, incompreensões que possam meter-nos medo, se permanecermos unidos a Deus como os ramos estão unidos à videira, se não perdermos a amizade com Ele, se lhe dermos cada vez mais espaço na nossa vida. Isto é verdade mesmo, e sobretudo, quando nos sentimos pobres, fracos, pecadores, porque Deus proporciona força à nossa fraqueza, riqueza à nossa pobreza, conversão e perdão ao nosso pecado. O Senhor é tão misericordioso! Se vamos ter com Ele, sempre nos perdoa. Tenhamos confiança na acção de Deus! Com Ele, podemos fazer coisas grandes; Ele nos fará sentir a alegria de sermos seus discípulos, suas testemunhas. Apostai sobre os grandes ideais, sobre as coisas grandes. Nós, cristãos, não fomos escolhidos pelo Senhor para coisinhas pequenas, ide sempre mais além, rumo às coisas grandes. Jovens, jogai a vida por grandes ideais!

Novidade de Deus, tribulação na vida, firmes no Senhor. Queridos amigos, abramos de par em par a porta da nossa vida à novidade de Deus que nos dá o Espírito Santo, para que nos transforme, nos torne fortes nas tribulações, reforce a nossa união com o Senhor, o nosso permanecer firmes n'Ele: aqui está a verdadeira alegria. Assim seja.


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27 abril, 2013

Papa Francisco: Anunciar Cristo com alegria, abertos à novidade do Espírito Santo



Na missa de hoje de manhã na Casa de Santa Marta o Papa Francisco comentou a confiança em Cristo que tinham os discípulos das primeiras comunidades, reunidos em Antioquia para escutar a Palavra do Senhor, episódio recordado hoje nos Actos dos Apóstolos. E o Santo Padre coloca em questão o porquê da comunidade dos judeus, um pequeno grupo, pessoas boas, ficarem cheios de ciúmes ao ver a multidão dos cristãos e começarem a persegui-los:

"Simplesmente, porque tinham o coração fechado, não estavam abertos à novidade do Espírito Santo. Eles pensavam que tudo tinha sido dito, que tudo era como eles pensavam que deveria ser e, por isso, sentiam-se como defensores da fé e começaram a falar contra os Apóstolos, a caluniar … A calúnia ... E foram ter com as mulheres piedosas da nobreza, que tinham poder, encheram-lhes a cabeça com ideias, coisas e mais coisas e obrigavam-nas a falar com os seus maridos, para que estes fossem contra os Apóstolos. Esta é uma atitude deste grupo e também de todos os grupos na história, os grupos fechados: negociar com o poder, resolver as dificuldades, mas… 'entre nós' ... Como fizeram aqueles, na manhã da Ressurreição, quando os soldados lhes foram dizer: "vimos isto” … “Calem a boca! Tomem …” E com o dinheiro cobriram tudo".


Esta atitude fechada de uma religiosidade fechada que não está cheia da alegria e do Espírito Santo como estavam os discípulos…

"Enquanto que a comunidade fechada, segura de si mesma, aquela que procura a segurança mesmo na negociação com o poder, no dinheiro, fala com palavras injuriosas: insultam, condenam … É mesmo a sua atitude. Talvez esquecem as carícias da sua mãe, quando eram pequenos. Estas comunidades não sabem de carícias, sabem de deveres, de fazer, de fechar-se numa observância aparente. Como Jesus lhes teria dito: ‘Vós sois como um túmulo, como um sepulcro, branco, belíssimo, mas nada mais". Pensemos hoje na Igreja, tão bonita: esta Igreja que vai para frente. Pensemos nos tantos irmãos que sofrem por esta liberdade do Espírito e sofrem perseguições, agora, em muitas partes. Mas estes irmãos, no sofrimento, estão cheios da alegria e do Espírito Santo".(R.S.)
Rádio Vaticano