31 janeiro, 2013

'Acreditar com o Concílio' - Tema 11: A UNIDADE DA FÉ EXPRIME-SE NA VARIEDADE DE DONS E CARISMAS

Acreditar com o Conclio (2)



Série constante na faixa lateral deste blog
em "Pesquisa rápida" - "PROGRAMA" ACREDITAR COM O CONCÍLIO

30 janeiro, 2013

BENTO XVI - Audiência Geral

Sala Paulo VI


Quarta-feira, 30 de Janeiro de 2013

Queridos irmãos e irmãs,

Ao recitar o credo, iniciamos com estas palavras: “Creio em Deus Pai todo-poderoso”. Assim, a primeira definição fundamental da profissão de fé é que Deus é Pai. Neste sentido, se por um lado é difícil falar hoje de paternidade, devido a tantos fatores que impedem uma relação construtiva entre pais e filhos, por outro lado, a Revelação ao falar de Deus, nos ensina o que significa verdadeiramente ser pai. Deus é um Pai misericordioso, cujo amor é eterno, e que nos perdoa através do sacrifício de seu Filho, Jesus Cristo, para nos conduzir à alegria plena, que brota de sermos feitos seus filhos adotivos pela ação do Espírito Santo. Contudo, como afirmar que Deus é um Pai todo-poderoso quando se experimenta a presença do mal e do sofrimento no mundo? A onipotência de Deus não é uma força arbitrária, mas sim a força do amor, que em Jesus Cristo, morto e ressuscitado, vence o ódio, o mal, o pecado e nos abre as portas da vida eterna.
* * *
Queridos peregrinos de língua portuguesa, sede bem-vindos! Saúdo de modo particular os brasileiros vindos do Rio de Janeiro e de Brasília. Fortalecidos com a certeza de que sois filhos de Deus, anunciai Cristo crucificado e ressuscitado a todas as pessoas com quem tenhais contato, dando testemunho d’Ele através do amor a Deus e ao próximo. E desça a minha bênção sobre vós, vossas famílias e comunidades.

© Copyright 2013 - Libreria Editrice Vaticana

Clique aqui para ler a catequese na íntegra.

29 janeiro, 2013

NOVO ANO, NOVAS PROMESSAS?




Aproveita-se muitas vezes o fim de um ano e o começo de outro, para, fazendo uma espécie de exame de consciência, se reflectir sobre o que fizemos mal e precisamos, portanto, mudar no ano que vai começar.
 
Nós, cristãos católicos, a essa mudança “provocada” por um exame de consciência, iluminada pelo Espírito Santo, chamamos caminho de conversão.
 
Ao reflectirmos sobre esse caminho de conversão podemos deter-nos em duas passagens da Bíblia, que nos ajudam a perceber se queremos realmente fazer esse caminho, ou se pretendemos continuar a caminhar na “ilusão” de que estamos no caminho de conversão.
 
A primeira passagem bíblica que podemos ter em conta é narrada em Marcos 10, 17-22, (e também em Mt 19, 16-26 ou Lc 18, 18-27), e conta-nos a história do jovem/homem rico que se aproximou de Jesus para inquirir como fazer para alcançar a vida eterna.
Ele cumpria escrupulosamente a Lei, mas quando Jesus lhe disse para deixar tudo para O poder seguir, «retirou-se pesaroso, pois tinha muitos bens.»
Ora estes “bens”, podem não ser, para cada um de nós, bens materiais, mas sim outro tipo de atitudes a que podemos chamar “bens”, pois, tal como ao jovem/homem rico, nos impedem também de caminhar na conversão a que Jesus nos chama.
E esses “bens” podem ser a convicção de que cumprimos tudo o que nos é pedido, que não fazemos mal a ninguém, que rezamos o indispensável, que temos as nossas certezas sobre a Doutrina, sobre como interpretar a Palavra, enfim, a firme convicção de que estamos no caminho certo e como tal, não estamos abertos a mudar nada, porque é nessa vida sem mais exigências, que acreditamos seguir a Cristo.
Por isso, quando nos é pedido que larguemos tudo para O seguir, ou seja, que reflictamos no que precisamos mudar, olhamos para o lado e retiramo-nos pesarosos, embora querendo convencermo-nos de que estamos no caminho certo.
 
A segunda passagem bíblica encontramo-la em Lucas 6, 27-32, (e também em Mc 2, 13-17 ou Mt 9, 9-13), e descrevo-nos como Jesus chamou um cobrador de impostos, dizendo-lhe, «segue-me», «e ele deixando tudo, levantou-se e seguiu-o»
Encontramos ainda a mesma forma de proceder no chamamento de Zaqueu, relatado em Lucas 19, 1-16.
Estes homens não cuidaram de olhar para trás, não se detiveram a reflectir sobre o que estava certo ou errado nas suas vidas, mas “apenas” acolheram o chamamento de Jesus Cristo, e largando tudo, seguiram-No.
Sabendo-se pecadores, acolheram a salvação que Deus lhes proporcionava e seguiram-No, na convicção de que Ele lhes mostraria o caminho a seguir, com tudo o que era preciso mudar.
Por isso lemos, por exemplo, que Zaqueu logo emendou a sua vida e não só reparou o mal que tinha feito, como passou a fazer o bem.
 
Não fazer o mal é bom, mas não chega!
Fazer o bem é melhor e é seguir a Jesus Cristo, que “apenas” fez o bem.
 
Todos temos muitas coisas para mudar no nosso caminho de conversão, por isso mesmo, só na atitude de “deixar tudo”, “levantarmo-nos” e “seguirmos Jesus”, é que vamos encontrar as promessas a fazer neste novo ano, para fazermos o caminho diário de conversão.
 
E este “levantarmo-nos” não é despiciendo, porque significa sairmos da rotina, sairmos do “tanto faz” em que tantas vezes caímos, sairmos de uma vivência “religiosa” só para nós, para nos contentarmos a nós próprios, para “erguidos”, passarmos a ser cristãos activos, proclamadores da Palavra, em actos e orações, testemunhas de Cristo, guiados pelo Espírito Santo em Igreja.
 
Assim as “novas” promessas que fizermos de mudança de vida, terão sentido no Novo Ano, que o será todos os dias, porque em todos os dias Ele está connosco, e porque Ele «renova todas as coisas.» Ap 21, 5
 
 
Marinha Grande, 4 de Janeiro de 2013
 
 
Nota:
Editorial que escrevi para o "Grãos de Areia", Boletim Mensal da Paróquia da Marinha Grande, deste mês de Janeiro.
Joaquim Mexia Alves

27 janeiro, 2013

O Papa no Angelus - Nunca mais o horror do holocausto e superem-se todas as formas de ódio e racismo



Neste dia da Memória, em recordação do Holocausto das vítimas do nazismo. Foi com um apelo a não esquecer essa tragédia que atingiu duramente o povo hebreu que o Papa deu início às suas palavras no Angelus. Nesta ocasião o Papa disse que o Holocausto deve representar para todos uma advertência constante a fim de que não se repitam os horrores do passado e se ultrapasse todas as formas de ódio e racismo e se promovam o respeito e a dignidade da pessoa humana.

Neste domingo 27 de Janeiro, Dia Mundial dos Leprosos, o Papa exprimiu, depois da oração do Angelus na Praça de São Pedro, a sua proximidade em relação às pessoas que sofrem deste mal e encorajou os investigadores, agentes da saúde e os voluntários, de modo particular os que fazem parte da organização católica “Associação Amigos de Raoul Follereau”. O Papa invocou para todos o apoio de São Damião de Veuster e de Santa Mariana Cope, que deram a vida pelos doentes de lepra.
“… che hanno dato l avita per i malati di lebbra”
Bento XVI recordou também a Jornada especial de Intercepção pela Paz na Terra Santa, que ocorre neste domingo, agradecendo todos quantos a promovem em muitas partes do mundo, e saudou de modo particular os que estavam presentes na Praça…
Outro momento especial do encontro do Papa com os fiéis neste domingo foi a saudação especial que dirigiu às crianças e jovens da Acção Católica de Roma, dois dos quais estavam ao lado dele, juntamente com os seus responsáveis diocesanos.
Caros jovens, a vossa “Caravana de Paz” é um belo testemunho!” – disse-lhes, exprimindo o desejo de que seja também sinal de empenho quotidiano pela construção da paz onde quer que se encontrem. Depois os jovens dirigiram-se ao Santo Padre dizendo-lhe que querem gritar bem alto a necessidade de paz que há no mundo. E afirmaram que é necessária justiça e compreensão, por isso, trouxeram as suas pequenas renúncias para entregá-las a um grupo de rapazes e raparigas egipcios que com a ajuda da comunidade jesuíta de Alexandria criaram uma pequena companhia teatral. Assim, os meninos e meninas que viviam nas ruas da cidade de Alexandria passaram a ser, através deste projecto, protagonistas do seu futuro.

E o encontro que começara com as reflexões do Santo Padre sobre as leituras bíblicas deste domingo, concluiu-se com a libertação de algumas pombas, símbolo do Espírito de Deus, que disse Bento XVI, doa a paz a quantos acolhem o seu amor….
“… a quanti accolgono il suo amore”
Amor que somos chamados a manifestar também através da santificação do domingo como Dia do Senhor, disse o Papa ainda antes da reza das Ave Marias. Inspirando-se na liturgia deste domingo, em que São Lucas, nos fala de um certo Teófilo, nome que significa “amigo de Deus”, Bento XVI disse que podemos ver nele o crente que se aproxima de Deus e quer conhecer o Evangelho.
Bento XVI comentou depois uma outra passagem do Evangelho deste domingo que apresenta Jesus na sinagoga de Nazaré a participar, juntamente com os seus concidadãos, na oração, na escuta das Escrituras (texto do Torah ou dos Profetas) seguidas de comentário. Aconteceu que naquele dia o texto referia-se a Ele. No fim Jesus comentou: “Hoje realizou-se esta escritura que vocês acabaram de ouvir” .
Este hoje – continuou Bento XVI citando São Cirilo de Alexandria, posto entre a primeira e a última vinda de Cristo, está ligada à capacidade do crente de ouvir e rever a própria vida. Mas o Papa foi ainda mais além, afirmando que “em sentido mais radical, é o próprio Jesus o “hoje” da salvação na história porque leva à concretização a plenitude da redenção”. E prosseguiu:
Caros amigos esta passagem interpela “hoje” também a nós. Antes de mais faz-nos pensar no nosso modo de viver o domingo: dia de repouso e da família, mas antes ainda dia que deve ser dedicado ao Senhor, participando na Eucaristia, na qual nos nutrimos do Corpo e Sangue de Cristo e da sua Palavra de vida”.
O evangelho deste domingo convida-nos ainda – afirmou o Papa – a interrogar-nos sobre a nossa capacidade de escuta.
Antes de poder falar de Deus e com Deus, é preciso escutá-lo, e a liturgia da Igreja é a “escola” desta escuta do Senhor que nos fala”.
A liturgia de hoje recorda-nos ainda – frisou o Papa – que qualquer momento pode tornar-se num “hoje” propício para a nossa conversão, porque a salvação é história que continua para a Igreja e para cada discípulo de Cristo. Este – concluiu Bento XVI – é o sentido cristão do “carpe diem” ou seja acolhe o “hoje” em que Deus te chama para te dar a salvação!
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Rádio Vaticano

Nada fora de Cristo



Meditação da Palavra de Deus - III Domingo do Tempo Comum
 

Frei Patrício Sciadini 
ROMA, Friday, 25 January 2013 (Zenit.org).
27 de janeiro 2013 – III Domingo do Tempo Comum
Nada fora de Cristo 

Hoje, precisamos de fixar o nosso olhar em Jesus que age em comunhão com o Pai e o Espírito Santo, para eliminarmos o egoísmo e o individualismo, presente em nós. Jesus, em momento algum deixou placa de inauguração das obras que fez, nem foi em busca de reconhecimento, a não ser o reconhecimento constante de que tudo o que Ele faz é em plena comunhão com o Pai. “Eu e o Pai somos um”. Nada pode ser feito fora de Cristo e nada pode ser feito fora do Pai e do Espírito Santo.
Jesus faz parte da nossa história

O Evangelho de hoje é a união de dois textos de Lucas. Os primeiros quatro versículos são tirados do primeiro capítulo do Evangelho. Lucas está preocupado, como também nós, em como falar de Jesus. Como responder a perguntas do tipo: quando veio Jesus ? Como viveu Ele? Ele realmente existiu? São tantas as dúvidas que circulam na nossa cabeça, que ficamos um pouco perdidos. Isto não acontece somente devido aos meios de comunicação, ou porque muitas seitas ou muitas pessoas sentem-se incomodadas por Jesus. Na verdade, isto sempre aconteceu. Lucas, ao escrever ao amigo “imaginário” que ele chama de Teófilo, “amigo de Deus”, alerta-o dizendo que se é verdade que muitos escreveram sobre Jesus, ele também quer escrever, mas de modo distinto. Ele quer pesquisar e estudar sobre tudo o que aconteceu. Sabemos que Lucas não conheceu Jesus pessoalmente, mas pelo anúncio dos apóstolos. Nós também conhecemos a vida de Jesus através do anúncio dos apóstolos. Sentimo-nos felizes de que alguém nos tenha anunciado o Evangelho. Quem foi que pela primeira vez te falou de Jesus? Quem te evangelizou? Pensa nestas pessoas com gratidão e sejas um evangelizador. Não tenhas medo de estudar a Bíblia, anunciar com firmeza e discutir com os que põem em discussão a verdade da vida.

Jesus lê o profeta Isaías

Jesus entra na sinagoga de Nazaré e lê a Escritura sagrada. A maior graça que recebemos é quando somos chamados a fazer a leitura durante as celebrações litúrgicas, porque emprestamos a nossa voz a Deus. Por isso devemos sempre preparar-nos com amor, com consciência e responsabilidade. O que diz o profeta Isaías? Revela que todo profeta é ungido pela força de Deus, é escolhido no meio do povo, é enviado para anunciar a Boa Nova a todos os que sofrem. Ninguém é profeta para si mesmo, mas para anunciar a todos que o tempo do sofrimento terminou, que uma nova vida se inicia e que tudo será novo quando o Evangelho for vivido por todos.

Hoje se cumpriram estas palavras

Somos como Jesus, enviados a anunciar a Boa Nova. Anunciar a quem? Aos cegos, aos coxos, aos pobres, aos pecadores, aos que sofrem o jugo da escravidão. Todos serão libertados por Cristo. É momento de parar um pouco neste Evangelho e fazer a nós mesmos uma pergunta: afinal, quem são hoje os destinatários do anúncio deste texto de Isaías? Não é difícil dar a resposta, mas ela pode amachucar e incomodar. Temos medo de romper as nossas correntes de comodismo, somos cegos e não vemos os que estão ao nosso redor, somos coxos e não corremos para o anúncio, somos escravos e não queremos a liberdade. A autoridade de Jesus não é política, nem se fundamenta no poder ou no dinheiro. A autoridade de Jesus lhe vem porque Ele é o Filho bem-amado, que faz somente a vontade do Pai, que está no céu. Como anunciamos o Evangelho? Será que acolhemos somente as pessoas que já estão evangelizadas? Não será o caso de partir para novos destinatários, buscar todos os que estão incapazes de escutar Jesus? Mas não nos  esqueçamos, de que para libertar os outros, necessitamos nós mesmos de sermos livres.

Frei Patrício Sciadini, ocd.

*Meditação a cura de Frei Patrício Sciadini, ocd, da liturgia diária Pão da Vida, gentilmente cedida pelas Edições Shalom. Maiores informações:www.edicoesshalom.com.br

26 janeiro, 2013

Porque não se fala da Eucaristia no Credo?

 

Responde o padre Edward McNamara, L.C., professor de Teologia e diretor espiritual 

ROMA, Friday, 25 January 2013 (Zenit.org).

Uma leitora da língua italiana enviou a seguinte pergunta ao padre Edward McNamara:

Porque nos dois Credos não se professa também “Creio na Eucaristia”? -- Sra. A.B., Coreia do Sul

Eis aqui a resposta dada pelo Padre Mc Namara:

As razões são principalmente de natureza histórica, mas dizem respeito também à própria finalidade da liturgia.

Do ponto de vista histórico, o Credo como o conhecemos, foi desenhado primeiro nos Concílios de Nicéia (325) e de Constantinopla (381), embora na sua forma elaborada aparece pela primeira vez nos atos do Concílio de Calcedónia (451) .

Este Credo estava provavelmente baseado numa profissão de fé batismal e continha todos os elementos essenciais da fé da Igreja.

Ele era principalmente uma resposta a Ário e às outras heresias, e defendia a doutrina da Trindade e da verdadeira e plena divindade e humanidade de Cristo. Nunca foi concebido como uma exposição exaustiva de cada aspecto da fé.

Uma vez que era necessário defender os fundamentos da fé, questões como a natureza da Eucaristia simplesmente não apareceram no horizonte teológico até vários séculos depois.

Além disso, durante este primeiro período, a plenitude da doutrina eucarística era muitas vezes explicada só depois do batismo, ou seja, só depois de que o novo cristão ter recitado em público o Credo.

A prática de recitar o Credo na Missa é atribuída a Timóteo, Patriarca de Constantinopla (511-517), uma iniciativa que foi copiada por outras Igrejas sob influência bizantina, incluindo a parte da Espanha, que estava então sob o domínio de Bizancio.

Por volta do ano 568, o imperador bizantino Justiniano ordenou que o Credo fosse recitado em cada Missa celebrada nos seus domínios. Vinte anos depois, em 589, o rei visigodo da Espanha, Recaredo, renunciou à heresia ariana em favor do catolicismo e, por sua vez ordenou que o Credo fosse proclamado em cada Missa.

Cerca de dois séculos mais tarde, reencontramos a prática de recitar o Credo em França e de lá o costume foi-se espalhando lentamente noutras outras partes do Norte da Europa. Por fim, quando no ano de 1114 Henrique II veio a Roma para ser coroado imperador do Sacro Império Romano, ficou surpreendido por não ter sido recitado lá o Credo. Responderam-lhe então, dizendo que Roma nunca tinha cometido um erro em matéria de doutrina, e que por isso não era necessário para os romanos proclamar o Credo durante a Missa. No entanto, foi incluído na liturgia em honra do imperador e, desde então, embora não em todas as missas, mas apenas aos domingos e em algumas festividades.

Os cristãos do Oriente e do Ocidente usam o mesmo Credo, com excessão da expressão Filioque (e o Filho), que a versão latina adiciona como uma referência da procissão do Espírito Santo, uma adição que deu origem a intermináveis e complicadíssimas discussões teológicas.

Apesar desta diferença, há um consenso entre todos os cristãos de que o Credo deveria permanecer assim como está e que nem o Credo, nem muito menos a mesma Missa, seja um lugar apto para dar expressão técnica a cada princípio da fé.

No entanto, noutro nível, toda a Missa em si é uma profissão de fé. É a fé viva celebrada e anunciada num grande e sublime ato de culto que é transformado numa fé que permeia cada aspecto da atividade diária.

Mesmo se não é explicitamente mencionada a presença real no Credo, os católicos proclamam a sua fé eucarística com quase cada palavra e gesto da Missa e, de modo particular, com o seu Amém no final da oração eucarística e quando recebem a Comunhão.

De forma semelhante expressam liturgicamente a sua fé noutros dogmas não contemplados no Credo. Ir à missa na Festa da Imaculada Conceição e da Assunção, proclama também a nossa fé nestas doutrinas.

Confessar ou receber o sacramento da unção dos enfermos confirmam a nossa confiança no próprio sistema sacramental e a nossa fé de que Cristo concedeu à Igreja o poder de perdoar os pecados.

Em suma, todo o ato de culto litúrgico é, pela sua mesma natureza, também uma proclamação de fé.

* Os leitores podem enviar perguntas para liturgia.zenit@zenit.org. Pede-se que, por gentileza, se mencione a palavra “Liturgia” no campo do objeto. O texto deveria incluir as iniciais, o nome da cidade e estado, província ou nação. Padre McNamara poderá responder somente a uma pequena seleção das muitas perguntas que chegam à redação.