Porquê a
Cruz,
Senhor?
Então
não teria sido melhor
seres rico e
poderoso,
chefe
temido,
governante
amado,
libertador
reconhecido,
em tudo
vitorioso?
Porquê a
Cruz,
Senhor?
Então não
fazia mais sentido
que todos Te
reconhecessem,
como um Rei
de imensos reinos,
com tesouros
incalculáveis,
palácios que
todos vissem,
e títulos
acumuláveis?
Porquê a
Cruz,
Senhor?
Então não
seria bem melhor,
rodeares-Te
de um exército,
fazeres leis
muito importantes,
que todos
obedecessem,
impondo com
todo o poder
o mundo que
Tu sonhavas?
Porquê a Cruz,
Senhor?
Então não
seria mais digno,
vires
montado num belo corcel,
de ouro e
prata ajaezado,
mostrando à
populaça,
o teu real
poder,
nunca por
alguém alcançado?
Porquê a Cruz,
Senhor?
Para quê
sofreres a humilhação,
dos pobres e
condenados,
daqueles que
nada têm,
da sociedade
escorraçados?
Se fosses
rei poderoso,
mundano no
teu viver,
estarias
inscrito na história,
para quem a
quisesse ler,
mas tarde ou
cedo esquecido,
por outro
com mais poder.
Mas tendo
morrido na Cruz,
proscrito e
humilhado,
dando a vida
por todos,
a todos
tendo salvado,
moras para
além da história,
na
eternidade de Ser,
moras nos
corações,
e fazes-Te
vida presente,
para todos
os que Te querem viver.
Monte Real,
27 de Agosto de 2012
Joaquim Mexia Alves