30 novembro, 2012

"CREIO NO ESPÍRITO SANTO" (4)


 
Mas talvez seja bom, nestes momentos finais do nosso encontro, tentar dar algum testemunho, o meu testemunho pessoal, daquilo que o Espírito Santo opera em nós, quando a ele nos abrimos e deixamos, (umas vezes mais outras menos), que Ele nos ensine e conduza.

Muitos saberão que na minha vida vivi afastado de Deus e da Igreja cerca de 20 e tal anos, entre os 18/19 e os 44/45.

E este viver afastado de Deus e da Igreja, não foi só um afastamento da fé, mas também um afundar numa vida desregrada.
Um caminho certo para o abismo.

Houve um tempo em que por causa de umas discussões sobre a Igreja, (alguém que a contestava), eu tomei a defesa da mesma, pois curiosamente, ou talvez não, durante todo esse tempo, tentei sempre nunca dizer mal de Deus nem da Igreja, embora por vezes fizesse as minhas criticas.
Deus e a Igreja eram coisas, salvo seja, que não me interessavam.

Mas essas discussões acabaram por despertar em mim um desejo, uma vontade, de me aproximar de Deus, da Igreja.

Assim, quando não estava ninguém na igreja, eu ia sentar-me em frente do sacrário e conversava, perguntando se era verdade, se ali estava alguém, as minhas dificuldades, etc., etc.

Ora o Espírito Santo não dorme e sabe aproveitar muito bem estas oportunidades, (desculpem a simplicidade da linguagem), porque «aqueles que procuram encontram».

E a primeira constatação que eu faço de que as palavras de Jesus são verdadeiras, «o Espírito Santo há-de recordar-vos tudo o que Eu vos disse», Jo 14, 26 é que muito rapidamente me comecei a lembrar de tudo quanto tinha aprendido de meus pais, da catequese, dos colégios católicos por onde tinha passado e de alguns retiros que tinha feito.
Foi para mim uma grande admiração, (naquele tempo, porque agora percebo o que aconteceu), como era possível lembrar-me com tanto pormenor da Doutrina, das orações e até da Liturgia.

Encontrei no Renovamento Carismático Católico, (um dos Movimentos da Igreja surgidos após o Concilio Vaticano II), uma espiritualidade muito aberta ao Espírito Santo, muito viva, e eu precisava mesmo de alguma coisa que me fizesse mexer, que me confrontasse, até porque sou um pouco impaciente.

Uma das coisas que ainda hoje me espanta, foi a enorme modificação das prioridades da minha vida.
Eu vivia para a sociedade, para ter o melhor, para vestir o melhor, para comer o melhor, para desfrutar o mais possível daquilo a que o mundo chama os prazeres da vida.

E devagar, (o Espírito Santo é muito paciente), todas essas prioridades foram mudando, e essas coisas deixaram de ser importantes, para passar a ser muito mais importante eu conhecer-me a mim próprio e descobrir como poderia ser de Deus para os outros.
Não estou totalmente “curado”, diga-se, pois o caminho é de uma vida, mas vou-o caminhando sempre na confiança de que Ele nunca me abandona.

Outra coisa muito importante que constatei, é que Deus, o Espírito Santo, não nos quer transformar em pessoa diferente do que somos, mas ao descobrirmos que precisamos mudar as nossas prioridades, percebermos que somos exactamente aquilo que eramos, com uma nova visão da vida, porque está iluminada por Deus.

E tanto assim é que nunca me afastei daqueles que eram meus amigos, alguns deles é que se afastaram de mim, não porque eu os “chateasse” com a religião, mas porque se calhar não se sentiam bem ao meu lado, com a mudança de prioridades e comportamentos que ia acontecendo na minha vida.
Mas outra das graças que o Espírito Santo derrama em nós, é a capacidade de percebermos como actuar nos gestos e nas palavras, nos diversos momentos a que somos chamados.
Por vezes com o silêncio, por vezes com palavras, por vezes com gestos e atitudes.

Quantos de nós já se admiraram porque alguém chegou ao pé de nós e nos agradeceu um gesto, uma palavra, dizendo que lhe fez muito bem, e nós nem sequer nos apercebemos disso, ou não demos qualquer importância a esse facto?

Tenho para mim, (e dou-o como provado), que muitas vezes o nosso testemunho silencioso, mas verdadeiro e coerente fala muito mais alto do que as nossas palavras, e quem nos leva a dar esse testemunho é sem dúvida o Espírito Santo, que sem nos forçar, serenamente nos conduz.

E a descoberta do perdão, de perdoar e pedir perdão?
É tão maravilhosa que é difícil de descrever, e quem coloca em nós essa capacidade é, mais uma vez, o Espírito Santo.

Conto-vos uma história verdadeira que se passou comigo.

Logo no início do meu reencontro com Deus, tive uma enorme discussão com um homem com quem fui muito mal criado e rude.
Passado algum tempo, fui para a igreja à hora em que estava deserta, como sempre, para ter as minhas conversas com Deus.
Mas não conseguia falar, não conseguia estar, não conseguia sequer concentrar-me, porque em todo o momento apenas me vinha o pensamento que tinha de pedir perdão ao homem.
Ora isso para mim era muito difícil, tanto mais que em termos sociais, para mim naquele tempo, ele era menos do que eu, (por favor entendam o que eu quero dizer, pois não penso hoje em dia assim).
O homem tinha uma loja perto da igreja e eu decidi ir lá pedir-lhe desculpa.
Cheio de uma força que eu não conhecia em mim, dirigi-me para a loja, mas quando lá cheguei, passei adiante e não entrei.
Voltei para trás e quando passei novamente à porta, tornei a não entrar.
Julgo que fiz isto três ou quatro vezes, até que, vencendo os meus preconceitos entrei
e pedi humildemente desculpa da minha má criação e rudeza.
O homem ficou sem palavras e eu senti dentro de mim uma alegria tão grande que não a consigo descrever.
Sei que voltei para a igreja para agradecer o momento extraordinário que Deus me tinha proporcionado.

Permitam-me ainda que vos fale do perdão a nós próprios, que o Espírito Santo nos mostra e conduz.
Quando comecei a tomar mais contacto com a realidade da vivência da fé, começou a ser muito difícil lidar com o meu passado.
Queria apaga-lo, queria ter a certeza de que Deus me perdoava e achava isso tão difícil, dado tudo o que tinha feito e vivido.
E essa dificuldade não me dava paz e era um tropeço na minha caminhada.
Pedi muitas vezes que me fosse concedida a graça de entender o perdão de Deus e me perdoar a mim próprio.
Um dia numa adoração ao Santíssimo, numa oração, (e a oração é presença do Espírito Santo, não o esqueçamos), sobreveio uma paz imensa e eu percebi uma coisa tão simples como esta: se Deus me perdoava na Confissão quem era eu para não me perdoar a mim próprio.
Depois ao longo do tempo o meu passado, passou da vergonha de o ter vivido, para a aceitação do mesmo como um ensinamento para a minha vida e como testemunho, sobretudo aos jovens, de que uma vida daquelas é uma vida sem sentido e sem futuro.

Havia tanto mais para dizer, mas deixo para o fim a extraordinária e sensível presença do Espírito Santo na Palavra de Deus e em nós, quando a Ele nos abrimos para A ler e meditar.

Uma das experiências, (permitam-me que lhes chame experiências) mais tocantes da presença, da assistência do Espírito Santo nas nossas vidas, acontece quando lemos e meditamos a Palavra de Deus.
Com efeito, temos muitas vezes o hábito, quando abrimos a Bíblia em determinadas passagens que já conhecemos muito bem, de passarmos à frente, pensando que nada nos poderão dizer de novo.

Mas se lermos essas passagens de nós mais conhecidas, repetidamente, meditando, haverá pormenores que nos irão saltar à vista, ou melhor dizendo, ao coração, e se pedirmos ao Espírito Santo que nos dê o necessário discernimento, aparecerá a Palavra viva, que se fará vida e nos questionará em tantos procedimentos do nosso dia-a-dia.
Vamos assim descobrindo a riqueza da Palavra de Deus e percebendo que ela é viva e eficaz, porque foi inspirada pelo Espírito Santo e assim é Ele próprio que nos pode mostrar a sua riqueza e vida.

Um dia em que falava sobre este tema, há uns anos em Lisboa, o Espírito Santo quis “mostrar-me” um modo de exemplificar o que queria dizer, o que queria explicar.

Se estivermos numa exposição de pintura moderna, perante um daqueles quadros que “apenas” tem várias cores misturadas, e se intitule, por exemplo, “Senhora num banco de jardim”, é muito provável que não consigamos minimamente ver no retratado o que o titulo “apregoa”.
Se chamarmos o pintor e ouvirmos as suas explicações é então muito possível que já consigamos distinguir o que ele quis “retratar”.
Pelos contornos das cores, pelos pormenores que ele nos vai mostrando, conseguiremos ver através dos seus olhos aquilo que ele quis retratar.

Assim se passa com a Palavra de Deus.
Muitas vezes não entendemos, não percebemos o que Ela nos quer dizer, e então é preciso chamar o Autor, o Espírito Santo, para que Ele nos ilumine e nos faça entender o que a Palavra, o que Deus nos quer dizer.
E, se cremos no Espírito Santo e a Ele nos abrimos, podemos confiar que Ele nos vai mostrar o que Deus nos quer dizer com aquela passagem, que nem sempre é o que desejamos ouvir, mas talvez um ensinamento, uma chamada de atenção para algo que temos de mudar nas nossas vidas.

Mas há uma grande diferença entre as duas situações.
Enquanto aquilo que está no quadro é imutável, ou seja representa aquilo que o pintor quis “retratar”, e apenas aquilo, e depois de percebermos isso, tudo está compreendido, a Palavra de Deus, iluminada pelo Espírito Santo é sempre nova, responde sempre de maneira diversa, conforme as necessidades das nossas vidas a que Deus quer responder, para nos guiar.

E aquilo que está no quadro é igual para todos os que o vejam, representa sempre o mesmo, mas a Palavra de Deus, na mesma passagem bíblica, pode ser diferente para cada um conforme a sua necessidade em cada momento.

Ou seja o quadro é “estático”, a Palavra de Deus é viva, porque o Espírito Santo a ilumina na sabedoria e no amor.

Para terminar gostaria de pedir aos sacerdotes presentes que numa breve oração, estendendo as suas mãos sobre nós, invocassem o Espírito Santo, para que Ele avive em nós a graça do Baptismo e da Confirmação.

Marinha Grande, Novembro de 2012
Joaquim Mexia Alves
Nota: Última parte da minha "palestra" sobre o Espírito Santo.

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29 novembro, 2012

'Acreditar com o Concílio' - Tema 2: Actualidade do Concílio

Acreditar com o Conclio


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28 novembro, 2012

Sala Paulo VI

Quarta-feira, 28 de Novembro de 2012


Queridos irmãos e irmãs,

O anúncio que leva ao encontro com Deus-Amor, revelado de modo único em Jesus crucificado, é destinado a todos: não há salvação fora de Jesus Cristo. Como podemos falar de Deus hoje? O Ano da Fé é ocasião de buscar novos caminhos, sob a inspiração do Espírito Santo, para transmitir a Boa Nova da salvação. Neste sentido, o primeiro passo é procurar crescer na fé, na familiaridade com Jesus e com o seu Evangelho, aprendendo da forma como Deus se comunica ao longo da história humana, sobretudo com a Encarnação: através da simplicidade. É necessário retornar ao aspecto essencial do anúncio, olhando para o exemplo de Jesus. N’Ele, o anúncio e a vida se entrelaçam: Jesus atua e ensina, partindo sempre da sua relação íntima com Deus Pai. De fato, comunicar a fé não significa levar a si mesmo aos demais, mas transmitir publicamente a experiência do encontro com Cristo, a começar pela própria família. Esta é um lugar privilegiado para falar de Deus, onde se deve procurar fazer entender que a fé não é um peso, mas uma profunda alegria que transforma a vida.
 * * *
Uma saudação cordial a todos os peregrinos de língua portuguesa, com votos de serem por todo o lado zelosos mensageiros e testemunhas da fé que vieram afirmar e consolidar neste encontro com o Sucessor de Pedro. Que Deus vos abençoe! Obrigado!

© Copyright 2012 - Libreria Editrice Vaticana

26 novembro, 2012

"CREIO NO ESPÍRITO SANTO" (3)




Regressemos ao conhecimento que podemos ter do envio do Espírito Santo.

O Pai envia o Filho, mas com Ele envia sempre e também o Espírito.
É uma missão conjunta, como nos ensina o Catecismo, em que o Filho e o Espírito Santo são distintos, mas inseparáveis.
«É Cristo quem aparece, Ele que é a imagem visível de Deus invisível; mas é o Espírito Santo quem O revela.» 689
E ainda:
«Toda a obra de Cristo é missão conjunta do Filho e do Espírito Santo.» 727

Em todas as manifestações de Cristo é o Espírito que O manifesta, desde a Sua concepção até à Sua glória.

O Filho glorificado, junto do Pai, envia então o Espírito Santo aos filhos adoptados pelo Pai no Corpo do Filho entregue por nós, para que esse Espírito de adopção nos una a Cristo para que n’Ele e com Ele vivamos.

O Espírito Santo está obviamente presente desde o princípio até à «plenitude dos tempos».

Lembro-me uma vez num grupo de oração, quando chegou ao momento de ler a Palavra de Deus e sobre ela fazer um ensinamento, alguém abriu a Bíblia numa passagem do Antigo Testamento.
Quando me preparava para falar fui interrompido por uma pessoa que me dizia não se poder falar sobre passagens do Antigo Testamento.
Fiquei espantado e perguntei porquê, tendo-me respondido de imediato que no Antigo Testamento não estava o Espírito Santo.
O mais delicadamente que me era possível expliquei que não só estava, como logo no 2º versículo da Bíblia afirmava que o Espírito de Deus se movia sobre a superfície das águas.

Na segunda descrição bíblica da criação do homem, em Gn 2, 7 podemos ler que Deus «lhe insuflou pelas narinas o sopro de vida.»

Ao longo de todo o Antigo Testamento percebemos permanentemente a acção do Espírito de Deus, desde Abraão, Moisés, os reis e o exílio, os profetas, a promessa do Messias.

São as nuvens, as brisas, os ventos, os trovões, os sinais que vão guiando o povo no caminho da terra prometida, bem como a Sua presença óbvia em todas as profecias.

É com certeza de todos conhecida a passagem do Livro de Ezequiel, 37, 1-14, a visão dos ossos ressequidos, que termina no seguinte versículo:
«Introduzirei em vós o meu espírito e vivereis; estabelecer-vos-ei na vossa terra. Então, reconhecereis que Eu, o SENHOR, falei e agi»

Já no no Novo Testamento deparamo-nos imediatamente com a figura de um homem enviado por Deus, para pregar o arrependimento, para preparar o caminho para a vinda do Senhor.
Este homem, João Baptista, é cheio do Espírito Santo, como nos diz o Evangelho de São Lucas 1, 15, quando o anjo anuncia a Zacarias o nascimento do seu filho, «será cheio do Espírito Santo já desde o ventre da sua mãe» e ainda no versículo 41 «Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino saltou-lhe de alegria no seio e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.»
João Baptista cheio do Espírito Santo dá testemunho de Cristo, porque o próprio Espírito lho revela:

«Vi o Espírito que descia do céu como uma pomba e permanecia sobre Ele. E eu não o conhecia, mas quem me enviou a baptizar com água é que me disse: 'Aquele sobre quem vires descer o Espírito e poisar sobre Ele, é o que baptiza com o Espírito Santo'. Pois bem: eu vi e dou testemunho de que este é o Filho de Deus.» Jo 1, 32-34

Em Maria, permitam-me usar uma expressão muito humana, o Espírito Santo realiza a sua Obra Prima: É com e pelo Espírito Santo que a Virgem Maria concebe e dá á luz o Filho de Deus, como nos diz o Catecismo.

Maria, ela própria, foi preparada pelo Espírito Santo para ser a «cheia de graça», como reconhece o Anjo na Anunciação, aquela que foi concebida sem pecado, para ser a Mãe do Messias Salvador.

É cheia do Espírito Santo que Maria profere o Magnificat.

Já afirmámos anteriormente que «toda a obra de Cristo é missão conjunta do Filho e do Espírito Santo.»

Com efeito, e segundo os Evangelhos sinópticos, Jesus Cristo é concebido pelo Espírito Santo em Maria, é baptizado no Espírito Santo, pratica milagres e proclama o Reino de Deus na força do Espírito, entrega-se á morte redentora na cruz por intermédio do Espírito e ressuscita pelo Espírito vivificador, e por meio d’Ele, está presente no meio de nós.

Jesus ao longo da sua vida terrena, não revela plenamente o Espírito Santo, enquanto não for glorificado pela sua Morte e Ressurreição.
Mas sugere-o por diversas vezes e a diversos interlocutores, como a samaritana, Nicodemos, e aos Apóstolos quando lhes fala da oração em Lc 11, 13 e ainda em Mt 10, 19-20 sobre o testemunho que devem dar.

Depois, por 5 vezes, no Evangelho de São João, promete o envio do Espírito Santo, quando for glorificado pela Sua Morte e Ressurreição.
Como nos diz o Catecismo:

729. O Espírito da verdade, o outro Paráclito, será dado pelo Pai a pedido de Jesus; será enviado pelo Pai em nome de Jesus; Jesus O enviará de junto do Pai, porque do Pai procede. O Espírito Santo virá, nós O conheceremos, Ele ficará connosco para sempre, habitará connosco; há-de ensinar-nos tudo, há-de lembrar-nos tudo o que Cristo nos disse e dará testemunho d'Ele; conduzir-nos-á à verdade total e glorificará a Cristo.

Assim, após a sua Morte e Ressurreição, Jesus Cristo, dá, sopra o Espírito Santo sobre os discípulos, (Jo 20,22), e a partir dessa hora, como mais uma vez nos diz o Catecismo, «a missão de Cristo e do Espírito Santo torna-se a missão da Igreja: «Assim como o Pai me enviou, também Eu vos envio a vós.» (Jo 20, 21)

Sabemos o que se passou no dia de Pentecostes.

Os apóstolos, reunidos com Maria, encontravam-se fechados numa sala em oração quando de repente, como nos diz o Livro dos Actos dos Apóstolos, 2, 2-4:
«De repente, ressoou, vindo do céu, um som comparável ao de forte rajada de vento, que encheu toda a casa onde eles se encontravam.
Viram então aparecer umas línguas, à maneira de fogo, que se iam dividindo, e poisou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas, conforme o Espírito lhes inspirava que se exprimissem.»

Revelou-se assim plenamente a Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo.

Sabemos então que o Espírito Santo derramado naqueles homens os encheu de uma força, de uma coragem, que antes não tinham, e também da capacidade de proclamar a Verdade com as palavras que o Espírito Santo lhes ia inspirando

De tal forma assim era e o Espírito Santo se fazia presente, que naquele dia, segundo os Actos dos Apóstolos: «Os que aceitaram a sua palavra receberam o baptismo e, naquele dia, juntaram-se a eles cerca de três mil pessoas.»

Assim aqueles que abrem os seus corações e crêem no Deus que se revelou, pelo baptismo, formam, tornam-se Igreja, Corpo de Cristo e templo do Espírito Santo.

Como nos diz o Catecismo:
737. A missão de Cristo e do Espírito Santo completa-se na Igreja, corpo de Cristo e templo do Espírito Santo. Esta missão conjunta associa, doravante, os fiéis de Cristo à sua comunhão com o Pai no Espírito Santo: o Espírito prepara os homens e adianta-se-lhes com a sua graça para os atrair a Cristo. Manifesta-lhes o Senhor ressuscitado, lembra-lhes a sua Palavra e abre-lhes o espírito à inteligência da sua morte e da sua ressurreição. Torna-lhes presente o mistério de Cristo, principalmente na Eucaristia, com o fim de os reconciliar, de os pôr em comunhão com Deus, para os fazer dar «muito fruto».

E ainda:
739. Uma vez que o Espírito Santo é a unção de Cristo, é Cristo, a Cabeça do corpo, quem O derrama nos seus membros para os alimentar, os curar, os organizar nas suas mútuas funções, os vivificar, os enviar a dar testemunho, os associar à sua oferta ao Pai e à sua intercessão pelo mundo inteiro. É pelos sacramentos da Igreja que Cristo comunica aos membros do seu corpo o seu Espírito Santo e santificador.

O Espírito Santo não se "esgota" e por isso mesmo poderíamos falar, (não eu, mas todos), horas, dias seguidos que nunca esgotaríamos o tema.
Joaquim Mexia Alves

Nota: 3ª parte do texto que me serviu de guia para a palestra que fiz na Escola Vicarial da Fé da minha Vigararia da Marinha Grande.

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