30 agosto, 2009

XXXII Assembleia Interdiocesana do RCC

(1.º dia - 29 de Agosto de 2009)

Sequência fotográfica



Tema
"O povo que formei proclamará o Meu louvor"

(Is 43, 21)
 


Orador


James Alan Murphy


Jim Murphy nasceu a 9 de Outubro de 1952 em Wvadotte Michigan. Frequentou a escola Católica de St. Francis Cabrini em Allen Park Michigan durante doze anos, onde concluiu o ensino secundário em 1970. Completou o ensino superior na Universidade de Trabalhos Sociais de Wayne Sate, em Detroit e recebeu a sua Licenciatura em trabalhos Sociais em 1976, especializando-se em estudos e práticas de casos de assistência social, trabalhos de grupo e organização comunitária.
No decorrer do seu ensino secundário, tomou a decisão de entregar o resto da sua vida a Cristo. Essa decisão tem tido um impacto fundamental em todos os aspectos da sua vida.
Tem prestado variados serviços na Igreja Católica. Esteve envolvido no trabalho com os jovens, a nível paroquial, diocesano, nacional e internacional. Trabalhou em programas de Educação Religiosa, incluindo os de formação para adultos. Foi fundador e presidente da “Vera Cruz Comunications”, cujo objectivo é o de proclamar a mensagem do amor de Deus, evidenciada pela cruz de Jesus. Foi também, presidente do “Youth Executive Comunitee for the North American Renewal Service Committee” (Comité Executivo da Juventude para a América do Norte da Equipa de Serviço do Renovamento), uma organização ecuménica.
Actualmente é consultor da Equipa de Serviço Nacional do Renovamento Carismático Católico, produtor de “As escolhas que enfrentamos”, um programa semanal de televisão destinaso aà Renovação Ministerial e membro do “Iternational Catholic Charismatic Renewal Servive” (Serviço Internacional do Renovamento Carismático Católico – I.C.C.R.S.), cujos escritórios estão localizados em Roma.
Jim é casado com Susan e vivem em Western Michigan com o seu filho John Patrick.
Em 1992, inspirado pela Carta Episcopal dos Bispos Americanos sobre “Herança e Esperança”, realizou uma viagem de 4.200 milhas (6759km), atravessando a América a pé, carregando uma cruz de 1,85m, numa jornada de oração e evangelização. A viagem durou 18 meses e foram gastos 14 pares de sapatos.


1.º ENSINAMENTO
29 de Agosto de 2009




2.º ENSINAMENTO
29 de Agosto de 2009



13 agosto, 2009

OLÁ AMIGOS

joaquim disse...
É muito bom ver um Grupo de Oração do RCC com um blogue. Parabéns! Abraço amigo em Cristo
3 de Setembro de 2009 0:49

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De: João Silva
Data: 18-07-2009 13:38:32
Para: 'GOVV'
Parabéns!
A benção do Senhor esteja sobre o vosso trabalho generoso de evangelização.

O Blogue está muito bom e actualizado.
Continuai. Rezamos por vós.

O Espírito Santo é a vossa luz e o vosso fogo.

Estamos unidos no mesmo caminhar e na mesma barca do anúncio da boa notícia: JESUS VIVE. ALELUIA!
Saudações fraternas em Cristo Jesus
João Silva
(Coordenação do RCC da Dicese de Lisboa)

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1.ª ASSEMBLEIA REGIONAL DO RCC DA DIOCESE DE LISBOA - VIGARARIAS VIII, IX, X E XII


10 de Maio de 2009



RETIRO ANUAL DIOCESANO - 2009




Orador

Pe. Bruno
Assistente Diocesano do RCC de Lisboa


NOTA: - Os ensinamentos constantes abaixo, encontram-se também à vossa disposição, gravados em 3 CD's, que podem ser adquiridos através das:

Edições RCC Lisboa
Rua Augusto Costa Costinha, nº 17-R/C.
1500-064 LISBOA
Telefone 21 760 54 70
Fax: 21 764 73 44
E.Mail: rcc_lisboa@sapo.pt
Internet: www.ecclesia.pt/rcc/lisboa

1.º ENSINAMENTO
27 de Março de 2009



2.º ENSINAMENTO

28 de Março de 2009



3.º ENSINAMENTO

29 de Março de 2009



ANIVERSÁRIO DO GRUPO



15 de Março! O Grupo de Oração `Verdade e Vida´, de Ota, comemorou o seu primeiro Aniversário oficial.
A celebração da Eucaristia, almoço partilhado, Louvor e Adoração ao Santíssimo marcaram este dia comemorativo.
A Eucaristia foi celebrada com a comunidade paroquial, presidida pelo Pároco e Assistente Regional, Padre Manuel Silva, que fez um pequeno resumo histórico do Grupo, para melhor o dar a conhecer aos irmãos.
No final da Eucaristia, algumas manifestações de agrado foram expressas pela forma como a mesma decorreu e foi vivida.
Seguiu-se a refeição partilhada e saboreada, em alegria e paz fraterna. Foi notório que no rosto de cada um reflectia o gosto de quem se reúne livremente no Amor de Cristo.
Louvamos e damos graças a Deus por tudo o que nos tem proporcionado. Ele fez, faz e fará sempre maravilhas neste Grupo, e em todos os seus filhos.

PERCURSO INICIAL DO GRUPO





CAPELA PROVISÓRIA DA PARÓQUIA DE OTA

Como a Igreja Paroquial da Ota foi encerrada para obras de conservação,  criou-se um espaço, cheio de beleza e dignidade para as celebrações litúrgicas da nossa Comunidade Católica.

LIVRO RECOMENDADO



EU FUI MAÇOM
MAURICE CAILLET

Maurice Caillet, nascido em 1933, é um médico francês, especializado em Ginecologia, escritor e um ex-Venerável do Grande Oriente de França. Frequentou as escolas laicas francesas e foi criado numa família ateia. Racionalista e livre-pensador, trabalhou em hospitais de Paris e foi docente na Faculdade de Medicina. Posteriormente exerceu Medicina, nomeadamente Ginecologia, em Rennes. Aos 36 anos, iniciou-se em diversas sociedades secretas, entre elas a Maçonaria. No entanto, aos 50 anos, depois de uma viagem a Lurdes, assiste à sua primeira missa e, posteriormente, é baptizado. Decide dar um testemunho da sua vida e terminar com as suas actividades ocultas.

© A Esfera dos Livros, Rua Garrett, n,º 19 - 2º A, 1200-203 Lisboa
Telef: 21 340 40 60 | Fax: 21 340 40 69

EQUIPA DE SERVIÇO DIOCESANO



NOVO CD
O RCC da Diocese de Lisboa editou um novo CD intitulado “Dom de Amor… vem Espírito de Deus” com 22 cânticos de Louvor, Meditação e invocação do Espírito Santo, sob a coordenação de Bento dos Santos Adega.
Um convite aos Grupos de Oração, e a todos que, pelo Canto, elevam o seu louvor ao Senhor.

ENSINAMENTOS
Reacende o Dom de Deus
Conjunto de 3 ensinamentos
Edição: Renovamento Carismático Católico
Da Diocese de Lisboa – Março-2009

Pedidos

Edições RCC Lisboa
Rua Augusto Costa Costinha, nº 17-R/C.
1500-064 LISBOA
Telefone 21 760 54 70
Fax: 21 764 73 44
E.Mail: rcc_lisboa@sapo.pt
Internet: www.ecclesia.pt/rcc/lisboa
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SEDE DA EQUIPA
ATENDIMENTO E ACOLHIMENTO GERAL
(Labat n.º 92 – Março 2009)
À 2.ª Feira – das 10:00h às 12:30h
À 3.ª Feira – das 14:30h às 18:00h
À 4.ª Feira – das 14:30h às 18:00h
À 5.ª Feira – das 14:30h às 18:00h
ATENDIMENTO ESPIRITUAL E ACOMPANHAMENTO

À 6.ª Feira - das 15:00h às 18:00h

I - Caminhar no Espírito


São João Maria Vianney, o cura d’Ars, que neste ano se celebram 150 anos da sua morte, dizia: ‘Devemos estar nas mãos do Espírito Santo como uma criancinha de dois anos’.
E porquê de dois anos? Porque é uma idade em que não se questiona nada, em que se é totalmente confiante, em que não se fazem cálculos de nenhuma espécie e o comportamento é padronizado pelo carinho, ternura, afecto e amor.

CAMINHAR NO ESPÍRITO

Caminhar no Espírito é viver debaixo da acção do Espírito Santo, deixando-O actuar no meu coração; e não viver segundo os meus interesses, desejos, vontade ou juízos pessoais.
É eu colaborar e deixar-me conduzir por Ele, eliminando o impedimento aos meus obstáculos e não Lhe opondo resistência. “O fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, bondade, benevolência, fé, mansidão e domínio de si mesmo” - Gal 5, 22-25; e não deixar-me caminhar segundo os impulsos humanos ou corporais, mas viver segundo o Espírito - Gal 5, 16-21.
Caminhar no Espírito terá de ser um caminhar: individual de cada um de nós - Eu, tu, e tu; e simultaneamente um caminhar em comunidade. O Senhor diz-nos que ninguém se salva sozinho - “(…) Diariamente, todos juntos frequentavam o Templo e nas suas casas partiam o pão, tomando alimento com alegria e simplicidade de coração”- Act 2, 42- 47.
O Papa S. Leão Magno dizia que ‘cada um é o apoio dos outros e os outros são o nosso apoio’.

MEIOS NECESSÁRIOS

A misericórdia de Deus Pai de Amor oferece-nos gratuitamente os meios necessários. Compete a cada um de nós, pedi-los, recebê-los e usá-los.

SOMOS FILHOS DE DEUS MOVIDOS PELO ESPÍRITO SANTO

Um desses meios consiste em tomar consciência e acreditar que somos realmente filhos do amor de Deus Pai e, por isso, conduzidos pelo Seu Espírito, como nos recorda a Palavra do Filho de Deus: “Todos aqueles que são movidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Não recebestes um espírito de escravidão, mas um espírito de adopção, pelo qual chamamos ‘ABBA, PAI!’
O próprio Espírito atesta em união com o nosso espírito que somos filhos de Deus, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo” - Rm 8, 14-17;

DESPOJAMENTO DO HOMEM VELHO

Outro meio consiste na necessidade de nos despojarmos do homem velho e na necessidade de nos deixarmos revestir, renovar e transformar em homem novo.

Imaginem uma garrafa de vinho generoso, cujo rótulo é para nós um chamariz, para bebermos um cálice! Mas quantas vezes acontece que mal se chega aos lábios, faz-se uma careta, pois a garrafa que exibia um rótulo de origem, estava falsificado e o que a garrafa retinha era uma zurrapa.
Esta imagem poderá ajudar-nos a compreender a nossa realidade. Todos nós exibimos o rótulo de cristãos, mas a realidade das nossas vidas, atitudes e comportamentos podem não ser os de Cristo, mas os do homem velho que necessita ser renovado.
Temos necessidade de despojarmo-nos do homem velho e deixarmo-nos revestir, renovar e transformar no homem novo.
“Despojai-vos do homem velho em relação ao vosso passado, desse homem corrompido pelas paixões enganadoras, renovai espiritualmente a vossa inteligência e revesti-vos do homem novo, criado em conformidade com Deus na justiça e na santidade verdadeiras” - Ef 4, 22-24.

FIDELIDADE AO ESPÍRITO SANTO

Um outro meio é a necessidade de deixar-mo-nos conduzir na fidelidade e docilidade ao Espírito Santo. “Não entristeçais o Espírito Santo de Deus com o Qual fostes selados para o dia da salvação” – Ef 4, 30.

CAMINHAR COMO FILHOS DA LUZ

Mais outro meio é a necessidade, que se torna responsabilidade, em Caminhar nesta vida Nova como filhos da Luz - “Outrora éreis trevas, mas agora sois luz do Senhor. Comportai-vos como filhos da Luz, porque o fruto da luz consiste na bondade, na justiça e na verdade”- Ef 5,8-9.

QUERER CAMINHAR SEMPRE NO ESPÍRITO

Ainda outro meio é o querer caminhar sempre no Espírito de Deus Pai de Amor. Escutá-Lo e pedir-Lhe incessantemente, com fé, o dom da sabedoria divina que nos mostra a vontade divina de Deus a nosso respeito. Escute-mo-Lo para que possamos crescer. Falemos com Ele. Deixemos que o Senhor nos ame!...

O ESPÍRITO SANTO OFERECE-NOS E OFERECERÁ OS MEIOS E DONS NECESSÁRIOS

Abre-nos um caminho novo e vivo (Hb 8, 10) que nos exorta à firmeza na fé, mas espera a nossa colaboração, o nosso querer, o nosso desejo de santificação e uma Vida Nova espiritual para que a nossa transformação se realize. Isso, por vezes, implica exigências.

NOSSA COLABORAÇÃO

Jesus fala-nos:
I - Jo, 15, 1-8, a alegoria da videira.
Os ramos da videira para darem muitos, bons e saborosos frutos têm de estar ligados ao tronco e este à raiz para receber a seiva e para constituir uma árvore com vida.
Mas os ramos possuem varas que crescem e se multiplicam. Essas varas se não forem cortadas e podadas só prejudicam a videira, tornam-na brava e não dá fruto – as Uvas.
Então, os ramos são podados. O podador corta as varas que só crescem viçosas, mas não produzem rebentos que dêem frutos. Só deixa ficar as varas com rebentos, para que se fortaleçam, fiquem grossas e com vitalidade.
Mas ao cortar as vides daninhas, o local onde foi cortada começa chorar e a cair seiva durante algum tempo. O ramo sofreu, chora, fica privado de varas viçosas, mas daninhas.
Mas essa acção era necessária para que o ramo dê cachos de uvas abundantes, bonitas, gostosas que produzem vinho saboroso e doce.

FAÇAMOS AGORA A COMPARAÇÃO CONNOSCO

Pertencemos ao Corpo Místico de Cristo em que Ele é a cabeça e nós os membros. Formamos um só corpo.
Temos assim a imagem do cacho de uvas. O cacho é constituído por muito bagos, que todos unidos formam um cacho. Só foi possível pela poda que fez sofrer e chorar, mas permitiu aos ramos permanecerem unidos ao tronco e à raiz e não secarem, nem serem lançados ao fogo.
Assim é connosco: A raiz é Deus que nos dá a seiva vivificante da sua graça por intermédio de Cristo Jesus através do Espírito Santo. Para que isso aconteça temos de nos deixar podar de tudo o que constituiu, constitui, ou pode vir a constituir impedimento ao nosso caminhar no Espírito, mesmo que isso nos faça sofrer. Só então daremos frutos abundantes, porque são obra do Espírito.
Só assim, os frutos do caminhar no Espírito se desenvolvem no nosso coração, como o Senhor nos indica em Gálatas: Os Frutos do Espírito Santo no nosso coração “são Caridade – Alegria – Paz – Paciência – Benignidade – Bondade -. Fidelidade – Mansidão – Temperança” - Gal 5, 22. E os Dons do Espírito Santo, em – 1 Cor caps 12, 13 e 14.
II - O Senhor diz-nos que a porta deste caminho é estreita, mas segura e única. “Entrai pela porta estreita, porque é larga a porta e espaçoso o caminho que leva à perdição (…)” - Mt 7, 13 e sg.
Jesus permite que passemos por tribulações, por purificações para abraçarmos o caminho recto, o caminho da obediência, o caminho da verdade e o caminho da vida. [ilustrar com exemplos...]
III - JESUS Chama-nos à necessidade de renunciar. Cf. Mt 16, 24 e sgs.
JESUS pede-nos renúncia quando nos convida a segui-LO, pois para O servir temos de abandonar em nós tudo aquilo que constitui impedimento - [ilustrar com exemplos...].
O fogo de amor que existe em nós fruto do Espírito de Cristo Jesus não pode ficar apagado ou mortiço. Precisa estar vivo e com altas labaredas, qual sinal do nosso crescimento espiritual e testemunho do nosso caminhar no Espírito Santo.
Maria Olga
(Labat nº96 - Julho 2009)

EUCARISTIA, ÍCONE TRINITÁRIO



Deus é Amor (cf 1Jo 4,8), é amor-perfeito, amor trinitário. Deus é “Família” trinitária, é amor-perfeito com três pétalas. E porque o amor é infinito, a comunhão é plena. Daí que três Pessoas são um só Deus, na unidade plena e total, no dom e no acolhimento mútuo.
Ora a segunda Pessoa da Trindade, fez-Se homem, nasceu, viveu, morreu, ressuscitou, mas como era o Verbo do Pai, era amor-perfeito e infinito. Por isso a sua existência foi toda um acto de amor, mas, como Ele próprio disse, “a maior prova de amor é dar a vida”.
E Jesus, o Verbo Encarnado, deu a sua vida por nós na cruz e, na Eucaristia, renova sempre esse dom pleno de total amor. 
A Eucaristia é ícone trinitário, pois na Eucaristia temos todo o amor da Trindade dando-se a nós em plenitude de graça, de vida, de santidade. Ela coloca no altar o amor da Trindade.

A Eucaristia Dom do Pai 

Antes de mais, a Eucaristia é dom do Pai. Jesus tinha dito em Jo 6, 32, “o Pai é que vos dará o verdadeiro Pão do Céu”. O Pão Vivo descido do Céu, a Vítima oferecida na cruz e cuja oferta plena se renova na Eucaristia, é dádiva do Pai.
É o Pai que por amor à humanidade e à Igreja ofereceu o Filho e continua na Eucaristia a renovar essa oferta. “Deus amou de tal modo o mundo que lhe deu seu Filho, não para condenar o mundo, mas para que este seja salvo” (cf Jo 3,36). 
A Eucaristia é, pois, dádiva do Pai, que em cada altar renova o dom de seu Filho, para ser alimento, para ser a Vítima do sacrifício eucarístico. É por isso, e porque todo o culto é feito por Cristo ao Pai, que toda a Eucaristia é rezada ao Pai, é oração ao Pai, é acção de graças ao Pai, é hino de glória ao amor do Pai.

A Eucaristia dádiva do Filho 

Mas a Eucaristia, como sabemos, é oferta do Filho, desse Filho que por amor louco foi até à morte de Cruz, ao dom pleno de Si mesmo. Ele tinha dito: “A vida ninguém ma tira, sou Eu que a dou”.
E ao dizer: “Tomai e comei”, “Tomai e bebei”, Ele dá a comer e a beber o seu Corpo e o seu Sangue, de Jesus que morreu, mas que está vivo e glorioso. Recebemo-lo a Ele mesmo quando, na fé, nos abeiramos do altar e comungamos o Pão do Céu, Jesus Eucaristia. 
O Pai faz dádiva de Jesus, mas o próprio Jesus, dum modo livre e amoroso, entrega-Se a Si mesmo, por amor, para ser nosso alimento, manjar do banquete, da ceia sagrada.
“A minha Carne é verdadeira comida, o meu Sangue é verdadeira bebida” (cf Jo 6, 55-58), quem O recebe permanece n’Ele, tem em si mesmo o próprio Verbo do Pai, feito homem, no seio virginal de Maria. 

A Eucaristia é acção Santificadora do Espírito 

A Eucaristia, como sabemos, é acção santificadora do Espírito, ou seja, sem Espírito Santo, sem a sua acção que consagra e converte, pão e vinho em Corpo e Sangue, não tínhamos Eucaristia. Esta é fruto da consagração do Espírito, da sua acção santificante.
Como nos outros sacramentos, é o Espírito que age no altar para gerar Jesus, como fez no seio virginal de Maria. Por isso, sem a acção do Espírito não tínhamos Missa, não havia no altar o manjar celeste, o próprio Jesus Eucaristia. 

Eucaristia Ícone Trinitário 

Vemos assim, como em cada Eucaristia, são as três Pessoas divinas que Se comprometem, que realizam o mistério, que fazem o sacramento, que nos dão a graça de participar na Ceia Santíssima. 
É toda a Trindade que age em cada Eucaristia, é o amor trinitário que “faz” a Missa. Por isso deve ser na Missa que nós nos devemos oferecer ao amor da Trindade, entregar às Pessoas divinas, fazendo de nós oferenda viva, hóstia viva, como nos exorta S. Paulo (Rom 12,1). 
A Trindade oferece-nos a Eucaristia e nós, na Eucaristia, oferecemo-nos à Trindade, com Cristo ao Pai, pela acção do Espírito Santo.

Dário Pedroso, s.j.
Labat n.º 96 - Julho 2009

SANTIDADE



Nas nossas sociedades ocidentais, democratas e laicas, ninguém, com raras excepções, fala de santidade: nem os jornais, a televisão, os políticos, os empresários e respectivos trabalhadores.
Todos falam de democracia, laicidade, direitos humanos, justiça e injustiça, corrupção. Apenas nas igrejas se ouve falar de Deus Santo e dos filhos de Deus que devem ser santos como Deus é Santo.

No AT, o texto cimeiro que canta e louva Deus como Santo é o de Is 6, 3: os serafins referem Deus, em liturgia de louvor, espanto e admiração, como o três vezes Santo. A terra está cheia do kabod divino, isto é, da sua glória que dimana da sua santidade.

A tradição sacerdotal que fornece a última camada redaccional às Sagradas Escrituras estrutura todo o AT em vertentes de santo (sagrado) e profano.

Só Javé é Santo; os demais deuses são nada. Só a Terra de Javé é santa com os seus rios, montanhas, pedras, e, sobretudo, com o seu Templo de Jerusalém dividido em três partes: o pátio exterior, onde se encontra o altar, ao ar livre, o tabernáculo do encontro, reservado aos sacerdotes e, finalmente, o Qodes, o Santíssimo, ou Santo dos Santos, lugar do Deus Altíssimo, separado do resto do Tempo por uma cortina, onde o Sumo Sacerdote entrava uma vez ao ano, no dia do Yom Kippur, ou da Expiação dos pecados (Lv 16, 34).

O Deus Santo habita naquele lugar que é o escabelo dos seus pés. Deus está separado do seu povo pela cortina ou paroket ( Lv 16, 2, 12. 15).

Com a morte de Jesus Cristo, a cortina que separava o Santo dos Santos do resto do Templo, é rasgada ao meio, as trevas caem sobre a terra, os mortos ressuscitam (Mt 27, 51-53). São os sinais da mudança de paradigma. Daqui em diante acabam-se os muros entre o Santo e o profano.

Entra-se na época do Espírito e não da Lei, na consumação do Reino de Deus.

Realmente, segundo Jesus, o Reino de Deus vem para santos e pecadores, sãos e doentes, judeus e pagãos. As parábolas de Jesus invertem e subvertem completamente o paradigma judaico.

O pai dá liberdade ao seu filho mais novo par sair de casa e levar a sua vida de acordo com os seus desejos. O filho perde-se no pecado, mas o pai espera a sua volta com ansiedade. O filho regressa à casa paterna (ao Reino de Deus), sem ralhetes nem sermões de ordem moral.

O patrão da vinha dá trabalho a todos e paga a todos da mesma maneira porque no Reino de Deus só há lugar para o perdão e para a misericórdia (“prefiro a misericórdia aos sacrifícios”).

O pastor deixa as 99 ovelhas no deserto e vai à procura da ovelha perdida.

O samaritano, odiado pelos judeus, é o “santo” e não o sacerdote e o levita, porque tratou o judeu, seu inimigo, maltratado pelos ladrões, com amor.

No Reino de Deus há lugar para todos desde que aceitem a pessoa de Jesus como enviado de Deus, seu Filho, Messias, Senhor e Salvador.

O mundo cultural da honra e santidade, reservada aos judeus, ao pai de família, aos hasidîm fariseus, cumpridores da Lei, aos zelotas guerrilheiros contra gregos e romanos, passa para o mundo cultural onde todos sejam irmãos, sem ódios, barreiras sociais, patriarcalismos que punham as mulheres à parte.
“Por isso vos digo: Não vos inquieteis quanto à vossa vida, com o que haveis de comer ou beber, nem quanto ao vosso corpo, com o que haveis de vestir. Porventura não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestido?” (Mt 6, 25).

Jesus Cristo só quer a alegria de viver, a saúde e o trabalho para todos, o encontro do tesouro e da pérola preciosa que é o Reino de Deus em acção. Não há que esperar o juízo divino dos qumranitas, dos apocalípticos e de João Baptista.

O Juízo de Deus confunde-se, agora, com o juízo que Jesus faz da sociedade, cheia de preconceitos motivados pela pax romana das legiões romanas que esmagavam qualquer movimento contra o imperialismo sagrado de Roma e seus imperadores, pela leis ritualistas dos judeus, pelos pregadores apocalípticos sem esperança.

Deus enviou o seu Filho à Terra para a que a Terra e seus habitantes recebam o Reino de Deus de fraternidade universal. O preço vai ser elevado: a crucificação do próprio Filho de Deus e, com essa morte e ressurreição, a era do Espírito Santo contra a era da Lei e da pax romana.

S. Paulo foi o teólogo que melhor compreendeu esta reviravolta histórica no desígnio final da revelação de Deus.

Virou as costas a Pedro, a Tiago, a Barnabé, que não conseguiram dar o salto mortal em relação à circuncisão e à lei do Kosher, - a multiculturalidade sempre foi e continua a ser um problema - para se entregar ao mundo novo o Espírito, assente na morte e ressurreição do Senhor Jesus.
A santidade é para todos, judeus, gregos e romanos, desde que aceitem o Evangelho e o novo baptismo no Espírito Santo e não na Lei de Moisés (Rm 1, 7: “a todos os amados de Deus que estão em Roma, chamados a ser santos…”; ver 1Cor 1, 2; 6, 1; 2Cor 1, 1; Fl 1,1; Rm 16, 2. 5).


Viver em santidade é viver o Evangelho de Jesus do Reino de Deus lutando contra todas as forças do mal que dominavam o mundo de então, prefiguradas na figura de Satanás. Estas forças do mal distinguiam pessoas, famílias, sãs e doentes, bem nascidos e mal nascidos, ricos e pobres, latifundiários e jornaleiros.

Jesus e Paulo apresentam um outro mundo, um outro paradigma, que continua a ser o de ontem e o de hoje. Hoje, como então, continuamos com as mesmas barreiras dos pobres e ricos, com os mesmos problemas da corrupção, da paz como fruto da guerra (“se queres a paz, prepara a guerra”), dos muros entre judeus e palestinianos, entre cristãos católicos, ortodoxos, protestantes, evangélicos, entre crentes e não crentes.
Para já não falar da crise financeira e económica dinamitada por cristãos e judeus americanos.

Mundo sem paz? Mundo complexo? Mundo sem solução? Mundo sem santidade? Pessoalmente penso que é um mundo sem Deus.

Quando o homem se entrega a si mesmo, como senhor da história, da verdade e da justiça, acaba por ser um homem/mulher que só pensa e age a partir de preconceitos filosóficos, políticos, económicos.

Mas o homem/mulher não é um ser quimicamente puro, apenas fruto do acaso biológico e cósmico; é, sim, um ser ao mesmo tempo bom e mau, com virtudes e defeitos, um ser “inacabado”, de direitos e deveres.

Quando é que entenderemos as parábolas de Jesus sobre o Reino de Deus?

Quando é que entenderemos a teologia e a vida de Paulo, fundada na lei do Espírito (Gl 5, 16-26)


Pe. Joaquim Carreira das Neves, OFM
(Labat n.º 96 - Julho 2009)